ATA DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 28-02-2005.
Aos vinte e oito dias do mês de fevereiro de dois
mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Claudio
Sebenelo, Comassetto, DJ Cassiá Gomes, Elói Guimarães, Ervino Besson, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Manuela, Margarete Moraes, Mario Fraga,
Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Raul
Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Ibsen
Pinheiro, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste,
Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA foram encaminhados:
pelo Vereador Adeli Sell, a Indicação nº 008/05 (Processo nº 1183/05); pelo
Vereador Claudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 047/05 (Processo
nº 1119/05); pelo Vereador Ervino Besson, os Pedidos de Providências nos
196, 238, 239 e 240/05 (Processos nos 1158, 1234, 1235 e 1236/05,
respectivamente) e a Emenda nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 098/03
(Processo nº 2117/03); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de
Providências nos 232, 233, 234, 235, 236 e 237/05 (Processos nos
1227, 1228, 1229, 1230, 1231 e 1232/05, respectivamente) e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 049/05 (Processo nº 1157/05); pela Vereadora Margarete Moraes, o
Projeto de Resolução nº 065/05 (Processo nº 1101/05); pela Vereadora Maristela
Maffei, o Projeto de Resolução nº 066/05 (Processo nº 1140/05); pelo Vereador
Maurício Dziedricki, o Pedido de Providências nº 197/05 (Processo nº 1160/05) e
o Pedido de informações nº 046/05 (Processo nº 1159/05); pela Vereadora Neuza
Canabarro, os Pedidos de Providências nos 230, 248 e 262/05
(Processos nos 1219, 1260 e 1313/05, respectivamente). Ainda, foram
apregoados Requerimentos de autoria do Vereador Professor Garcia, deferidos
pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento dos Projetos de Lei do
Legislativo nos 180/00, 268/01, 200/02, 380/03 e 217/04 (Processos nos
2499/00, 4006/01, 3185/02, 5201/03 e 5257/04, respectivamente) e do Projeto de
Resolução nº 118/04 (Processo nº 5516/04). Também, foram apregoados
Requerimentos de autoria dos Vereadores Comassetto e Manuela, solicitando a
alteração de seus Nomes Parlamentares, respectivamente, para Carlos Comassetto
e Manuela d’Ávila. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nos 10039205,
10039230, 10039241, 10039247, 10039254, 10039265, 10039278, 10039291, 10039296
e 10039306/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Claudio Sebenelo aludiu à visita efetuada ao “Posto de
Atendimento Médico 4”, do Bairro IAPI, no dia vinte e quatro de fevereiro do
corrente, propugnando pela otimização da área desse Posto, para que se
viabilize maior qualidade nos serviços ali oferecidos à população. Finalizando,
afirmou que a gestão do Partido dos Trabalhadores, quando à frente do Governo
Municipal, acarretou sucateamento e prejuízos ao patrimônio público de Porto
Alegre. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor
Idenir Cechin, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio – SMIC,
convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua
Senhoria, que salientou a importância da atuação conjunta dos Poderes Executivo
e Legislativo na busca de melhor qualidade de vida aos porto-alegrenses. Nesse
sentido, convidou esta Casa a indicar representante para participar de viagem
que realizará a Belo Horizonte, no dia quatorze de março do corrente, com o
objetivo de observar soluções implementadas naquele Município com relação aos
vendedores ambulantes e ao comércio informal. Às quatorze horas e vinte e sete
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e trinta minutos, constatada a existência de quórum. Na
oportunidade, por solicitação do Vereador Elói Guimarães, aditada pelo Vereador
João Carlos Nedel, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma aos
Senhores José Portella Nunes, Diretor-Presidente da Construtora Sultepa, e
Moysés Tornaim, Conselheiro do Sport Club Internacional, falecidos no dia vinte
e seis de fevereiro do corrente, e Jorge Luiz Cidade Lopez, Presidente do
Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, falecido no dia vinte de
fevereiro do corrente, tendo o Vereador Paulo Odone manifestado-se a respeito e
o Vereador José Ismael Heinen solicitado a inclusão, nessa homenagem póstuma,
de crianças indígenas da etnia guarani-kaiowá, que morreram em decorrência de
situações extremas de desnutrição, em Dourados – MS. Em GRANDE EXPEDIENTE, a
Vereadora Clênia Maranhão declarou que o Prefeito José Fogaça embasará sua
atuação pública em políticas intersetoriais que garantam melhorias concretas à
população e alertou para a carência de recursos humanos e materiais hoje
verificada nas unidades de saúde do Município. Ainda, classificou como omisso o
tratamento dispensado ao Centro da Cidade pelo Partido dos Trabalhadores
durante o período em que esse Partido governou Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Ibsen Pinheiro discorreu sobre a complexidade que envolve a atividade
política, salientando aspectos atinentes à representatividade e participação
popular e à competência do Vereador na legislação e fiscalização de questões da
área municipal. Sobre o tema, asseverou estar ocorrendo uma abdicação de
funções e prerrogativas por parte do Poder Legislativo, comentando temas como
voto secreto, convocações extraordinárias e recesso parlamentar. O Vereador
José Ismael Heinen felicitou o Vereador Ibsen Pinheiro pelo pronunciamento
efetuado no período de Comunicações, acerca da atividade política na sociedade
atual. Também, propugnou por ações públicas que incentivem a economia e evitem
a poluição das águas do Planeta, defendendo o Projeto de Lei do Legislativo nº
072/04, de autoria do Vereador Beto Moesch, que institui o Programa de
Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento de Águas nas Edificações de Porto
Alegre. A Vereadora Maria Celeste aludiu à eleição do Deputado Severino
Cavalcanti como Presidente da Câmara dos Deputados, destacando que a concessão
de reajuste salarial para Deputados Federais defendida por esse político
resultará em maiores vencimentos para parlamentares dos Estados e Municípios.
Nesse sentido, citou o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/05 e o Projeto
de Lei do Legislativo nº 053/05, de sua autoria, que estabelecem critérios para
aumento dos subsídios dos Vereadores. O Vereador Mario Fraga reportou-se à
visita efetuada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente ao “Posto de Atendimento
Médico 4”, do Bairro IAPI, propondo a realização, por este Legislativo, de
visitas mais freqüentes a instituições públicas, principalmente a locais onde
estejam instalados serviços ligados à saúde e à educação. Igualmente, abordou o
quadro apresentado pelo Centro de Porto Alegre em termos de segurança pública,
solicitando maior atenção do Governo Municipal para essa área. A Vereadora
Maristela Meneghetti registrou a participação do Conselho Regional de
Contabilidade do Rio Grande do Sul na missão sobre educação fiscal enviada ao
Canadá no ano passado. Em relação ao assunto, traçou um comparativo entre os
sistemas tributários brasileiro e canadense e defendeu uma revisão dos
conceitos que envolvem a cobrança de impostos no Brasil, afirmando que o
contribuinte deveria ser melhor informado sobre o destino dado aos recursos
provenientes de tributos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador DJ Cassiá Gomes
aludiu ao Projeto de Lei do Legislativo nº 058/05, que institui o “Domingo
Alegre no Município”, frisando que o problema da criminalidade deve ser
combatido por meio do aparelhamento da polícia e da disponibilização de cultura
e educação à população carente. Ainda, alertou para as condições do sistema
público de saúde, referindo-se à visita realizada pela Comissão de Saúde e Meio
Ambiente ao Posto de Saúde do Bairro IAPI. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul
Carrion comentou a inauguração, hoje, do Condomínio Princesa Isabel, destacando
que a obra foi custeada completamente pela Prefeitura Municipal de Porto
Alegre. Também, informou que será realizado, pela Associação de Moradores do
Centro, um seminário cuja intenção é melhorar a qualidade de vida desse Bairro.
Finalizando, repudiou declarações do Senhor Pascal Ami, favoráveis à
internacionalização da Amazônia, classificando a posição de Sua Senhoria como
imperialista. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz, questionando a
gestão financeira do Partido dos Trabalhadores quando à frente do Executivo
Municipal, argumentou que obras concluídas há pouco tempo ainda não foram
completamente pagas e que as dívidas de curto prazo transmitidas ao atual
Governo ultrapassam sessenta milhões de reais. Como exemplo disso, citou a construção
da III Perimetral e do Conjunto Habitacional da Avenida Azenha com a Avenida
Princesa Isabel. A Vereadora Maristela Maffei discordou das afirmações do
Vereador Luiz Braz, alegando que os recursos das obras realizadas pelo PT na
Prefeitura Municipal são provenientes de créditos cujos pagamentos foram
cuidadosamente planejados. Ainda, apoiou a indicação da Vereadora Clênia
Maranhão à Liderança da base aliada do Governo Municipal nesta Casa e
questionou os motivos da falta de remédios especiais distribuídos pelo Governo
do Estado do Rio Grande do Sul. A Vereadora Manuela d’Ávila parabenizou a
Vereadora Clênia Maranhão pela atribuição de Líder do Governo neste
Legislativo, elogiando sua trajetória política e exclamando que Sua Excelência
contribuirá para o bom andamento dos trabalhos desta Casa. Também, procedeu à
leitura de nota na qual o Secretariado Municipal do Partido Comunista do Brasil
cumprimenta o Executivo Municipal pelo começo de sua administração e informa
qual será sua postura política em relação ao Governo. A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no dia de hoje. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram:
em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 005
e 015/00, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel,
017/04, 004/01, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 103/01, discutido pelo Vereador João Carlos
Nedel, 052/02, discutido pelo Vereador Adeli Sell, 210/02, 046/03, discutido
pelo Vereador João Carlos Nedel, 327, 402 e 433/03, 087/04, este discutido pelo
Vereador João Carlos Nedel, 216/04, 006/05, discutido pelo Vereador Raul
Carrion, 010, 020, 023, 029 e 036/05, este discutido pelos Vereadores Margarete
Moraes e Raul Carrion, os Projetos de Resolução nos 037 e 038/05,
discutidos pelos Vereadores Margarete Moraes e Raul Carrion, 042/05, discutido
pelo Vereador Raul Carrion, 039, 080, 095 e 121/04, 045, 051, 055, 057, 058 e
067/05; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 108/03,
discutido pelo Vereador Raul Carrion, 098, 157 e 159/03, 070, 072, 085, 091,
092, 114, 128, 130, 160, 176, 177, 179, 195, 197, 199, 182, 229, 230, 235 e
241/04, o Projeto de Resolução nº 096/04, os Projetos de Lei Complementar do
Legislativo nos 007, 011 e 015/04. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Professor Garcia debateu atividades desenvolvidas durante a “1ª Semana
de Prevenção das LER/DORT”, afirmando que licenças para tratamento dessas
doenças oneram as finanças públicas. Também, parabenizou a Senhora Dejanira
Chagas Bernardo, taquígrafa desta Casa, pelo recebimento, no dia nove de março
do corrente, do “Troféu de Mulher Cidadã por Geração de Emprego e Renda”, na
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Bernardino
Vendruscolo referiu-se ao Projeto de Lei do Legislativo nº 010/05, de sua
autoria, hoje em Pauta, que institui, no calendário turístico de Porto Alegre,
a Semana das Etnias no Município de Porto Alegre, visando a dar oportunidade
para que esses segmentos da população possam expressar sua arte e cultura.
Nesse contexto, propugnou pela aprovação desse Projeto, lembrando que vários
Vereadores desta Câmara Municipal são descendentes de imigrantes. Às dezesseis
horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum para
ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Elói Guimarães e Nereu D'Avila e secretariados pelo Vereador Nereu D'Avila. Do
que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos ao
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra em Grande Expediente.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, talvez
seja este o maior tempo que tive, até hoje, para falar de um assunto tão
importante da Cidade, como é o da Saúde. Na condição de Presidente da Comissão
de Saúde e Meio Ambiente da cidade de Porto Alegre, nós fomos fazer uma visita,
e exercer o direito de fiscalização dos Vereadores sobre o Executivo, ao Postão
Vila do IAPI - Posto de Assistência Médica nº 4.
Esse Postão se caracteriza exatamente
pelo aumentativo. São dois postos em Porto Alegre: o Posto 3 e o Posto 4, o da
Vila dos Comerciários e o da Vila do IAPI, que, por sinal, estão em duas
vilas-modelo da política de moradia feita pelo saudoso e competente estadista
brasileiro, Getúlio Vargas. Nós tivemos várias surpresas profundamente
desagradáveis na visita, apesar da excelente recepção feita por parte dos
administradores atuais. A primeira delas é que estava um imenso deserto: 18 mil
metros quadrados sem pacientes, sem profissionais, absolutamente vazios, às 15h
da terça-feira passada. E eu invoco aqui o testemunho não só do Ver. Oliboni,
da Verª Mônica Leal, como também dos Vereadores da Comissão que lá foram: Ver.
DJ Cassiá e Ver. Nedel. Nós saímos de lá envergonhados, constrangidos, mas,
parece mentira, esperançosos. Porque talvez o nó górdio da questão esteja aí:
um posto de 18 mil metros quadrados, com mais de 1.200 médicos, foi
transformado, nos últimos 10 anos, num deserto com 90 e poucos médicos; isto é,
lá só trabalham especialistas, e o atendimento daqueles especialistas que
atendiam a essa demanda foi extinto, simplesmente apagado do mapa pelo Partido
dos Trabalhadores enquanto gerente daquele Postão.
Então, essa é uma das mais eloqüentes
explicações de por que hoje nós termos mais de 60 mil consultas represadas.
Ouço o Ver. Oliboni com o maior prazer.
O
Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Sebenelo, com muita atenção estou ouvindo seu
pronunciamento. Só faltou dizer que o sucateamento do IAPI deu-se com o PDV do
nosso Governador Antônio Britto, foi quando nós recebemos em Porto Alegre
aquele antigo postão do INAMPS, que o Estado acabou recebendo, que o Estado
repassou para o Município, e aí houve toda essa modificação.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Nunca foi do Estado, foi o Governo
Federal que repassou para o Município, e não houve PDV, para lhe informar.
O
Sr. Aldacir Oliboni: Do Governo Federal para o Estado, e do
Estado para o Município, em 1988, com a municipalização da Saúde.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: V. Exª se equivoca!
O
Sr. Aldacir Oliboni: A gente tem de falar a verdade!
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Não, V. Exª é que não está falando a
verdade por equívoco, não por má-fé; eu sei! Agora, quer exigir que eu fale a
verdade? Quero dizer que não foi o Estado que passou para o Município: foi a
União. E que não foi, em absoluto, o PDV que os retirou, não! Foi uma campanha
feita inicialmente pelo Secretário efêmero e não muito feliz, nosso colega, e
competente colega, Henrique Fontana, que veio aqui, que trouxe fôlderes, com
telefone, dizendo: agora serão resolvidos todos os problemas de consulta de
Porto Alegre, é só levantar o telefone.
Aí, o que nós vimos? Meses depois, ele
levou um cartão vermelho do Prefeito Raul, e, evidentemente, como não pôde
concluir a sua obra, ou aquilo que estava sendo proposto, pois era inexeqüível
ou estava havendo a proposta da extinção dos maiores serviços de atendimento da
Cidade.
Ora, retirados os maiores serviços de atendimento da Cidade,
evidentemente que o setor se tornou um caos, e todos nós ficamos ouvindo a
cantilena de que a Saúde não tem solução.
Pois eu peço à Bancada do Partido dos Trabalhadores que
espere mais um pouco, nos próximos meses nós vamos ver a solução desse
problema, porque o Posto vai ser repovoado, os serviços vão ser recontratados,
vai voltar a ser um posto de excelência e de especialidades, e, então, vai cair
mais um desses monumentos erigidos pelo Partido dos Trabalhadores, contra a
verdade, dizendo que a Saúde não tem solução.
Tem! Tem solução, e vai ser dada a
solução para a Saúde, sim.
Assim como dizem não ter solução a
situação dos meninos de rua, assim como não têm solução os problemas de creche.
E nós estamos vendo que as coisas não são sem solução, mesmo com a herança
maldita recebida, e vai ser dada a publicidade no momento em que estiver pronto
o levantamento. E esperem, vocês vão ver que a dívida não é nada daquilo do que
se dizia, que o acervo não é nada daquilo que se falava, e que o processo de
sucateamento e favelização da Cidade tem a conivência e a presidência do
Partido dos Trabalhadores nesta Cidade.
E aí, então, vamos comparar as
administrações, porque eu não gostaria que um Governo de cuja base de apoio eu
faço parte não se responsabilizasse pelo que aconteceu. O Ver. Oliboni diz que
o Postão não funciona por causa do PDV, porque o Britto passou para o Estado.
Primeiro, não era do Estado, era da União; segundo, ele foi dizimado, não houve
PDV no Postão. Isso é muito gozado por vários motivos: o primeiro deles é que,
quem sabe, uma vez na vida, dizem: “nós fomos responsáveis e nós erramos”? Não,
ninguém é responsável, e tem de apontar alguém como culpado! Então, o culpado é
o Estado, o culpado é o Britto, o culpado é o PDV. Ou, como se diz naquela
fábula do lobo e do cordeiro: “Se não foi você, seu cordeiro, foi o cordeiro do
seu pai”. Ele tem de ter qualquer motivo para dizer: “Olha, não fui eu”. Isso,
em psiquiatria, chama-se projeção: projetar nos outros uma coisa que a pessoa
não agüenta mais.
Mas, quem sabe, da gerência desse Posto,
que tinha a responsabilidade no processo de municipalização, e era do Partido
dos Trabalhadores, venha alguém, um dia, e diga assim: “Nós erramos”.
Aquele posto que está lá está prestando,
hoje, um desserviço à população, porque ele está deserto, porque a odontologia
não funciona, porque o serviço de idosos não tinha nenhum paciente, porque o
serviço de Aids está pronto há seis meses e não funciona; ora, essas coisas nós
sabemos! E aí, então: “A culpa é de vocês”. Mas - puxa! - quem é o gestor
disso, quem ocupou o Postão desde 1994,1995? Foi o Partido dos Trabalhadores,
que, no momento da municipalização, estava ocupando o espaço político na Praça
Montevidéu, era a Prefeitura de Porto Alegre. “Não temos nada a ver com isso,
não é conosco!” Ora, essa é uma atitude que nós não esperamos, e até, ao
contrário, quando tivermos críticas a fazer, vamos fazê-las e vamos admitir.
Como quantas coisas já se admitiram aqui, de Governo Federal, Estadual,
inclusive de erros cometidos pelos Governos Estadual e Federal, quando fomos
Governo! E nisso não há nenhum mal, porque não há Governo que não erre. Exceto
um deles, aquele que vocês sabem: que tem o monopólio da verdade, que tem o
monopólio da simpatia, que tem o monopólio do saber! Fora dele não há vida
inteligente!
(Não revisado pelo orador.)
Eu estou aqui, colocando-me à disposição
dos 36 Vereadores desta Câmara para desempenhar um trabalho para a cidade de
Porto Alegre.
Eu trouxe, e fiz questão que viesse,
também, o Chefe de Gabinete, o Sr. Antenor Ferrari, que está nas galerias, além
do Sr. Ocimar e da Srª Letícia (Palmas.), para que V. Exas tenham
ligação direta com o Secretário - não tem que marcar -, e também com o pessoal
do Gabinete, para que estejam à disposição dos senhores Vereadores lá na
Secretaria de Produção, Indústria e Comércio. Essa Secretaria que interage com
o cidadão desde a hora da padaria, de manhã cedo, até a hora de dormir, pois a
SMIC faz parte e participa da vida da Cidade. Eu tenho certeza de que muitas
vezes eu vou precisar do apoio dos Srs. Vereadores, não para o Secretário, mas
para resolver assuntos muito importantes da Cidade. Certamente tudo que passa
pela Secretaria diz respeito aos cidadãos, e, conseqüentemente, à nossa Câmara.
Eu queria aproveitar a oportunidade,
Presidente, para informar que o Prefeito Fogaça me determinou que eu fosse até
a cidade de Belo Horizonte para ver de perto uma solução, encaminhada naquela
Cidade, quanto aos nossos ambulantes, aos nossos camelôs, e eu queria
aproveitar e fazer o convite a esta Casa para que se fizesse representar. No
dia 14 estaremos indo a Belo Horizonte para conversar com o Secretário da
Indústria e Comércio de lá; o Sr. Prefeito de lá também se colocou à
disposição. Então, Sr. Presidente, eu queria fazer esse convite para a Câmara
participar, juntamente com o Ministério Público, com a Câmara de Diretores
Lojistas, com o Sindicato do Comércio, com o Sindicato dos Comerciários e o
SINDEC. Nós achamos importante que todas essas forças estejam engajadas para
resolver um assunto que não é, volto a dizer, da SMIC, é um assunto da Cidade
que nós precisamos resolver em conjunto.
Com isso, Presidente, eu queria agradecer
a atenção das Sras Vereadoras e dos Srs. Vereadores e colocar a SMIC
à disposição de todas as Bancadas. Certamente que nós estamos lá para trabalhar
pela Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos
cumprimentar o Sr. Secretário Idenir Cecchin, bem como a sua Assessoria direta,
e, da mesma forma, a Câmara se coloca à disposição de V. Exª, da Secretaria,
para compartilhar ações que venham em busca da resolução dos graves problemas
que afetam, de resto, a Cidade no que respeita o seu Centro. E queremos dizer a
V. Exª que a Câmara, evidentemente, mandará um representante para acompanhar V.
Exª nessa visita que fará a Belo Horizonte.
Portanto, receba V. Exª, mais uma vez,
bem como os seus Auxiliares, os cumprimentos. Levantamos os trabalhos por um
minuto para os cumprimentos ao Sr. Secretário.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h27min.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h30min): Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão.
Gostaria de solicitar a realização de um
minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. José Portella Nunes, ocorrido no
último fim de semana.
Era Cidadão de Porto Alegre e
Diretor-Presidente da Construtora Sultepa e da Fundação Projeto Pescar. Uma
figura conhecidíssima na cidade de Porto Alegre, e mantinha, na Vila Cruzeiro,
a Creche Maria Dolabela Portella.
Pediria que prestássemos a nossa
homenagem ao grande empresário do nosso Estado, e da nossa Cidade, Sr. José
Portella Nunes.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Gostaria de incluir, nesta homenagem
póstuma, o Sr. Moysés Tornaim, Conselheiro do Sport Club Internacional, também
falecido, e o Sr. Jorge Luiz Cidade Lopez, falecido semana passada, e que foi
Presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exato, é oportuna a
lembrança de V. Exª.
O
SR. PAULO ODONE: Presidente, eu só queria acrescentar ao
currículo que V. Exª fez a respeito do Dr. José Portella Nunes, que ele também
era conselheiro do Grêmio e, por isso, mereceu a homenagem do Clube, que pediu
um minuto de silêncio, o que foi obedecido no jogo que fizemos lá em Venâncio
Aires. Também me sinto obrigado a dizer que é merecida a inclusão da homenagem
à memória do Dr. Moysés Tornaim, também conselheiro do Internacional.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, gostaria também que fosse
incluído, neste minuto de silêncio que faremos, a homenagem à memória daquele
indígena no Mato Grosso do Sul, cuja morte foi lamentável, pois, conforme dizem
as notícias, ocorreu por falta de comida. Gostaria de incluí-lo neste minuto de
silêncio.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Deferimos os pedidos.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão
está com a palavra em Grande Expediente.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, este momento do Grande Expediente nos permite um
espaço de reflexão sobre as coisas da Cidade e as políticas públicas advindas
do Executivo e dos Poderes constituídos no nosso Município. Eu queria,
preliminarmente, reafirmar aqui a preocupação trazida pelo Ver. Cláudio
Sebenelo em relação ao sucateamento, ao abandono, à falta de possibilidade de
as pessoas das comunidades mais pobres desta Cidade terem acesso aos serviços
mais elementares de saúde pública, garantidos na Constituição e de
responsabilidade do Poder Público Municipal. Não admitir que a saúde pública é
municipalizada há muitos e muitos anos e que, portanto, essa questão é de
responsabilidade da Administração Pública Municipal, que foi governada pelo
Partido dos Trabalhadores - como tentou fazer o Ver. Oliboni -, eu acho que,
além de isso não corresponder à realidade, tenta nos imprimir um rótulo de
pessoas com problemas de compreensão, no mínimo. Queria dizer para o Ver.
Oliboni que se ele não conhece a situação desses postos, infelizmente,
Vereador, ela é muito mais grave. Os postos estão muito mais sucateados, a
falta de equipes é ainda maior do que nós poderíamos imaginar.
Mas eu queria, também, referir-me, neste
período, a uma intervenção já repetida pelo Ver. Adeli Sell, que nos causou uma
surpresa impressionante. O Ver. Adeli Sell, apesar de ter sido Secretário, e um
bom Secretário, da SMIC, trouxe a esta tribuna uma problemática sobre uma ótica
surrealista. Esta Cidade, infelizmente, nesses últimos 16 anos, foi
administrada por uma concepção política que foi, infelizmente, Vereador – e eu
acho que a gente não pode comemorar isso –, incapaz de enfrentar o gravíssimo
problema do Centro de Porto Alegre.
Eu queria referir-me a duas questões que
V. Exª trouxe a esta tribuna. Quero dizer que concordo com V. Exª. Com relação
às denúncias e ao caos hoje existentes no conjunto do Centro, mais pontualmente
sobre duas áreas que V. Exª mencionou aqui. Primeiro é a Praça da Alfândega.
Queria dizer que desde 1752, com a chegada dos primeiros açorianos, a Praça da
Alfândega se constituiu em um dos mais importantes núcleos históricos e
culturais da nossa Cidade; assim também a Praça da Matriz. E eu queria dizer
que, infelizmente, nas gestões sucessivas de seu Partido, apesar dos inúmeros
títulos e Comissões criadas, como, por exemplo, no início da década de 80, no final
da década de 90, e até em dezembro do ano passado, as Comissões que se chamavam
de Humanização do Centro, de Revitalização do Centro, sempre foram incapazes de
enfrentar um projeto de humanização do Centro da Cidade e de garantia do acesso
às pessoas ao Centro de Porto Alegre.
Quando eu presidia a Comissão de Cultura,
tentamos, inclusive, construir uma parceria, e quero dizer que foi extremamente
importante a parceria do Memorial do Rio Grande do Sul, porque a Praça da
Matriz, assim como a Praça da Alfândega, espaços importantes das manifestações
culturais desta Cidade, por uma questão de abandono, transformaram-se em espaço
de moradores de rua, transformaram-se em espaço de extrema violência urbana,
com ausência absoluta das guardas municipais. Além do que, naqueles lugares,
eram freqüentes as denúncias dos pontos de vendas de drogas. Isso é a realidade
do Centro de Porto Alegre. Mas isso não é uma realidade nesses dois meses de
gestão do atual Governo. Isso é uma realidade que se consubstanciou pela omissão
pública da Prefeitura de Porto Alegre, quando o Partido de V. Exª administrava
esta Cidade. Não é agora que os mendigos ficam jogados nas calçadas da Catedral
e só não morrem de fome por uma ação da Comissão Pastoral Social da Catedral e
da Cúria Metropolitana.
Eu acho que faz bem à política o fato de
que seja assumida a responsabilidade pública dos atos de quem gere uma cidade.
E acho que não há nenhuma possibilidade de se achar que esses problemas sociais
foram construídos em menos de dois meses.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte?
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Mas, para tranqüilizar V. Exª, e já lhe
dou um aparte, queria dizer que inúmeras ações já foram tomadas para que,
enfim, essas situações sejam definitivamente enfrentadas com políticas públicas
e não apenas com discursos e comissões: as ações integradas da FASC em relação
à restituição da dignidade das populações de rua e inclusive a tentativa de
agilização do Projeto Monumenta, dos projetos do Centro da Cidade, para que ela
possa, enfim, ser devolvida ao povo de Porto Alegre.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Verª Clênia Maranhão, muito obrigado. Com todo o respeito que
tenho por V. Exª, eu não fiz nenhuma provocação ao seu Governo, nem fiz
cobranças por 60 dias de gestão. Eu seria irresponsável se tivesse feito isso.
Pelo contrário, o meu discurso foi um discurso de constatação e de apelo para
que os Governos Municipal e Estadual, nas suas competências, façam ações
conjuntas. Isso é difícil; eu consegui fazer muitas vezes isso na SMIC, e,
graças a isso, houve algumas evoluções em algumas questões que fiz. Não resolvi
todos os problemas nos 15 meses em que passei nessa gestão, e não fiz nenhuma
cobrança irresponsável, porque não a faria em 60 dias.
Estou colocando que há um problema grave
em dois pontos fundamentais da Cidade; sou o primeiro a colaborar, se me
chamarem para qualquer comissão, para qualquer ação das quais participei como
Vereador, como Secretário.
Tenho críticas, inclusive, sobre as visões
que algumas pessoas, no serviço público, em especial na FASC, têm sobre como
lidar com drogados, com pessoas que têm sofrimento psíquico e com pessoas que
estão na rua.
Com a Catedral nós discutimos, e hoje ela
não fornece comida na rua; ela a fornece para as instituições. Dar comida na
rua é um equívoco, por melhores que sejam as intenções das pessoas que fazem
isso. Eu quero colaborar. Eu não fiz nenhuma provocação, portanto não vou
responder se V. Exª quiser me provocar, porque eu ajo com lealdade, tanto
estando na situação quanto na oposição.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Não, Vereador. Eu queria, inclusive,
dizer a V. Exª que eu não responsabilizaria a sua gestão à frente da SMIC, até
porque iniciei minha intervenção elogiando sua atuação. Eu apenas queria
reforçar - talvez isso não tenha ficado claro na sua intervenção - de quem é a
responsabilidade pública, neste Município, pela situação de abandono no Centro
da Cidade. Mas quero dizer a todos, Vereadoras e Vereadores, que eu também sou
testemunha de uma postura que V. Exª tem tomado publicamente, inclusive nas
conversas entre as Bancadas, de se colocar sempre, como Vereador, à disposição
da Cidade para a resolução de seus problemas, independente das siglas
responsáveis ou que estejam tratando dessas temáticas. Apenas quis explicitar
de quem era a responsabilidade pública por uma omissão de políticas públicas na
área social deste Município. E dizer também, para concluir, que, considerando a
gravidade desses problemas, a política de gestão pública instituída pela
Administração Fogaça é intersetorial no sentido de somar esforços para se
recuperar essa enorme dívida social que atinge a maioria da população de Porto
Alegre, fundamentalmente as crianças e os adolescentes.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o Grande
Expediente.
Passamos às
O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra
em Comunicações.
O
SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, é a primeira vez que ocupo esta tribuna; na
verdade, é a primeira vez que falo nesta Casa, se não contarmos algumas
escaramuças naturais de plenário e da atividade parlamentar. Não posso, por
isso, se me permitem os meus colegas e as minhas colegas, deixar de falar,
ainda que rapidamente, sobre mim, da alegria da retomada da atividade
parlamentar, eu que me considero, sem imodéstia, ter uma vocação parlamentar.
Não acho que seja imodéstia, porque a imodéstia, no geral, é invocar vocações
executivas, coisa que não invoco para mim.
Nesta primeira manifestação, quero dizer
que me sinto aqui com entusiasmo quase juvenil. Cheguei a esta Casa muitos anos
atrás, diria mesmo que no ocaso da juventude, e volto agora, no limiar da
velhice. Mas sinto o mesmo entusiasmo, a mesma curiosidade, o mesmo engajamento
nas coisas da minha Cidade, do meu País, do meu Estado, da minha terra, nas
coisas que envolvem a vida das pessoas.
Com competência para legislar e
fiscalizar na área municipal, não posso esquecer, Sr. Presidente, daquela
personagem de Shakespeare que dizia: ”A vida é sempre um assunto local”. Relembro também a definição de
Tolstoi: “É cantando a sua aldeia que você cantará o mundo”. E, lembro, também,
Karl Max, não de todo revogado, que citava Terêncio, para dizer: “Nada que seja
humano lhe será estranho”. Então, é por isso que, com entusiasmo quase juvenil,
eu me integro a esta Casa, aos 35 colegas, para assegurar a todos que eu
certamente cometerei erros, mas nunca os cometerei de má-fé.
Quero, nesta primeira oportunidade de
reencontro com a atividade legislativa, depois de mais de uma década, dizer que
vejo, como já via há alguns anos, um grau de empobrecimento da atividade
legislativa; só em terceiro grau, pela responsabilidade do Legislativo, só em
terceiro grau. Em primeiro grau, vejo uma realidade institucional, de um modelo
político eleitoral que privilegia a representação, o que é bom; mas negligencia
a operacionalidade, o que é muito ruim.
Temos na Câmara dos Deputados, por
exemplo, 19 minorias e nenhuma maioria. A maior Bancada eleita, na última
eleição, não tem um quinto da Casa, e essa pulverização é a matriz de tantos
vícios que são imputados ao Poder Legislativo. Alguns me perguntam: por que
falta quórum numa Casa Legislativa? Quero lhes dizer, posso testemunhar lá
fora, nunca vi falta de quórum que não seja aquela provocada por minoria,
usando o seu direito legítimo à obstrução. Vejo, sim, falta de maioria, porque
onde há maioria para conduzir e minoria para fiscalizar, você tem o
funcionamento pleno da atividade parlamentar. Nesta Casa, por exemplo, somos 12
minorias e nenhuma maioria; a maior Bancada tem menos de uma quarta parte da
Casa. E isso se debita ao nosso sistema representativo, uma cópia servil do
federalismo americano, que não soube copiar também a forma da escolha dos representantes,
especialmente os do povo, na Câmara dos Deputados.
Mas vejo também, Sr. Presidente, algumas
causas externas, não institucionais, que é onde identifico o despojamento da
atividade legislativa: as medidas provisórias, a iniciativa privativa que é
matéria constitucional, conjugada com orçamento meramente autorizativo, que
produzem também esse efeito castratório na atividade legislativa. E a isso se
acrescenta - por isso que digo em terceiro grau - a responsabilidade própria do
Poder Legislativo pela forma da abdicação de algumas prerrogativas. Vou apontar
algumas que tiveram tratamento até perverso por parte da imprensa nacional. A
convocação extraordinária remunerada foi sempre uma característica do
Parlamento, como o risco de vida é característica do policial. Talvez aqui não
se saiba que os marinheiros da ativa vencem etapas, ganham etapas quando estão
embarcados e os oficiais da ativa do Exército têm uma remuneração especial por
exercerem atividade ativa. E as casas legislativas intimidadas recuaram, vão
recuar, talvez, no recesso, porque o tratamento que se dá ao recesso é de
férias.
Olhem, Srs. Vereadores, meus colegas,
posso afirmar que, para grande número dos parlamentares, o recesso é altamente
produtivo e indispensável. E para aquele que não queira trabalhar no recesso
não há como obrigá-lo a trabalhar na fase da Sessão Legislativa Ordinária,
porque essa é a soberania do voto popular, o povo tem direito de eleger até
preguiçosos e só o povo poderá desempregá-los. A mim me surpreende que esse
pecado capital da preguiça, na verdade, um pecado amorável que todos nós
gostamos de praticar sempre que podemos, é o único incompatível com a atividade
política; preguiçoso não volta.
Os outros seis pecados capitais dão
votações crescentes: a ira dá voto, a luxúria dá voto, a cobiça, então,
multiplica as votações ao extremo, mas a preguiça não; a preguiça só dá um
mandato. Então, eu vejo essa abdicação.
Eu votei com surpresa - recebam como uma
crítica de um colega que se coloca no mesmo banco e no mesmo plano - o voto
aberto para Presidente desta Casa. Essa não é a hora da transparência, é a hora
da proteção individual do eleitor, porque o Vereador, quando elege o Presidente
desta Casa, não está agindo em nome dos seus eleitores, não, está agindo em nome
próprio, é ele um eleitor. Agora, quando formos votar o IPTU, sim; quando
formos votar os nossos subsídios, sim; quando formos votar os nossos projetos,
sim; voto aberto e transparente, mas o voto na escolha do Chefe desta Casa, o
Vereador é o eleitor. Isso tem gravidade? Não tem gravidade, não. Fizemos a
melhor escolha e a faríamos com voto secreto também, mas implica um recuo e uma
abdicação.
Por isso, meus companheiros, esta primeira manifestação que
faço é de alegria pela convivência com os 35 colegas e a certeza de que tenho
vontade e ânimo para contribuir nos debates sobre a nossa Cidade e nos debates
sobre o mundo também. Nada do que é humano nos será estranho, e espero contar –
como tenho contado sempre – com a convivência amena, agradável e respeitosa de
companheiros, de irmãos, de parceiros e de adversários, porque, na verdade,
somos todos uma grande parceria no exercício da vida pública. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Avila): O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, imagine quanta responsabilidade, nobre Ver.
Ibsen, e a felicidade de eu ser o próximo orador após o primeiro pronunciamento
de V. Exª na nossa Casa, no seu retorno à vida política. Parabéns por essa
pequena aula no seu retorno. Sinto-me extremamente honrado em poder fazer parte
dos Pares desta Casa, que tem figuras do exponencial de V. Exª, bem como muitos
outros Vereadores do mesmo nível.
Quero trazer, neste momento, para este
Plenário, pensamentos da minha pessoa a respeito de um Projeto de Lei que já
está em andamento. Trata-se do Projeto de Lei do Legislativo nº 072/04, que a
Verª Mônica Leal desarquivou, Projeto do Ver. Beto Moesch, hoje Secretário do
Meio Ambiente, a respeito do reaproveitamento das águas, racionamento, uso e
tudo o mais.
Na semana passada - sou caminhante, só
que agora, depois de ter assumido nesta Casa, um caminhante da madrugada -, às
06 horas, chamou-me a atenção um fato nessas caminhadas e, um belo dia, resolvi
fazer uma pequena enquete, uma pergunta comum, pois por onde eu passava via
pessoas nos condomínios regando jardins, lavando calçadas, mesmo com toda essa
estiagem pela qual passa o Rio Grande e que podemos notar na nossa Porto
Alegre. Eu perguntava se aquela água tinha a sua origem em um poço artesiano ou
se era água potável. Foram uníssonos, todos, em afirmar que era água do DMAE,
que era água potável. Por isso, resolvi, no dia de hoje, trazer à tona, a este
Plenário, considerações próprias a respeito.
Vejo com muita preocupação o futuro da
nossa humanidade no que diz respeito a diversos desafios. E, logicamente, um
desses desafios também se refere a termos um cuidado todo especial com a água.
Hoje notamos guerras, contradições, por diversos fatores: pelo mercado
econômico, pela própria abundância do petróleo. Mas já temos, senhores e
senhoras, algumas evidências de que, daqui a não muitos dias, teremos também
contradições beligerantes a respeito da água potável do nosso planeta. Sabe-se
que quanto ao rio Eufrates, ao rio Tigre, na Macedônia, já existem contradições
entre a Turquia, a Síria, a respeito do represamento da água potável,
envolvendo o povo curdo.
Temos, no nosso País, diversas capitais
com esse projeto em andamento, como Curitiba e outras mais.
Eu acho que todo o administrador,
principalmente o administrador público, tem de ter uma preocupação singela,
também, quanto à previdência administrativa. Ou seja, ele tem de prever
situações constrangedoras que a sua comunidade um dia possa sofrer por medidas
administrativas não-tomadas. E este Projeto do Ver. Beto Moesch, caso seja
aprovado, é uma medida de precaução, principalmente no que tange ao
represamento da água da chuva através de cisternas. É um Projeto simples, de
facílima execução, nem que seja para que usemos essa água, captada das
cisternas, para lavarmos o chão das calçadas, regarmos os nossos jardins,
revitalizarmos o nosso verde. E o que ele tem de importante? Se fizermos uma
equação da velocidade da queda da água da chuva com o escoamento natural da
Cidade haverá de ter um diferencial muito importante: se a velocidade for maior
que o escoamento, teremos alagamentos cujo teor poderá trazer pesadas
conseqüências à população e à vida da Cidade.
Vejam V. Exas que se cada
prédio em Porto Alegre tivesse a sua cisterna, teríamos quase que 70% da água
do telhado Alegre sendo captada, em primeira mão, das águas da chuva, e não
jogando para as ruas, causando alagamentos.
Diversos outros benefícios poderia haver,
Sr. Presidente. Portanto, peço aos senhores Pares um estudo todo especial no
aprimoramento deste Projeto e na sua aprovação, o quanto antes, para que a
nossa Cidade não perca tempo e para que a Câmara não tenha uma dor de
consciência por não tê-lo votado antes. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Avila): A Verª Maria Celeste
está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Nereu D’Avila, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, o assunto que eu gostaria de destacar neste meu
primeiro período de Comunicações desta nova Legislatura, que iniciou no dia 15
de fevereiro, é sobre dois Projetos de minha autoria, protocolados na semana
passada nesta Casa, por entender necessário que esta Casa também se paute pelas
questões federais, pelo Congresso Federal, como tão nobremente ouvimos o caro
colega, Ver. Ibsen Pinheiro, narrar sobre a sua experiência no Congresso
Nacional.
A partir dos últimos acontecimentos, dos
últimos 15 dias, com a eleição do Severino - popularmente chamado de
"Severino cheque-cheque", Deputado Federal, porque fez toda uma
plataforma política em cima da questão das benesses, e conseguiu eleger-se numa
manobra muito bem feita -, e a partir de então temos visto e ouvido várias
vezes sobre a questão do aumento dos salários, que foi a sua plataforma
política no Congresso Federal.
Ora, ouvi pelos corredores também alguém
falar em demagogia, obviamente não foi da boca dos nobres Vereadores, porque há
um grande apelo nacional para que não haja esse aumento de salário, uma vez que
o País vive uma crise sem precedentes na questão financeira; uma vez que os
Municípios estão assolados, principalmente no Rio Grande do Sul, por uma grande
estiagem, enfrentado muitas dificuldades. E nós, na Câmara de Vereadores, temos
apenas a intenção de provocar o debate e trazer à tona esta importante questão
que é o efeito cascata.
A nossa legislação é muito clara, ela só
coloca essa questão na Constituição Federal. A Câmara dos Deputados aprova o aumento
dos Deputados e passa, então, a acontecer o efeito cascata. Na Assembléia
Legislativa, o subsídio do Deputado corresponde a 75% do salário do Deputado
Federal. E a Câmara Municipal de Porto Alegre também, pela Constituição
Federal, remete o subsídio do Vereador para o teto máximo de 75% do valor do
subsídio do Deputado Estadual.
O que eu quero provocar aqui, na
discussão nesta Casa, é que nós, como Legisladores Municipais, sem ferir a
Constituição Federal, podemos também propor um Projeto de Lei – e é isso que eu
estou propondo – e uma Emenda à Lei Orgânica do Município, que é omissa nessa
questão, propondo um outro índice de reajuste do subsídio dos salários dos
Vereadores. E é disso que se trata este Projeto. Trata-se de uma Emenda à Lei
Orgânica propondo que o índice estabelecido para o reajuste do subsídio do
Vereador seja igual ao estabelecido pela política ao servidor público do
Município de Porto Alegre.
Eu não estou dizendo que não devemos ter
reajustes! Eu estou dizendo que é possível ter reajuste, desde que seja o mesmo
dado para o funcionário público do Município de Porto Alegre. Obviamente o
Projeto de Lei remete para uma discussão também interna, de que haja esse
aumento conforme diz a Constituição, de quatro em quatro anos. E mais, estabelece
um teto de 75%; nós jamais vamos exceder ou iremos contra a Constituição. O
Projeto é simples, é claro, várias Câmaras do Interior já têm isso no seu bojo,
já não há o efeito cascata, mas vem, sim, trazendo um efeito maior para esta
Casa, para a Cidade, principalmente para os agentes políticos do nosso País.
Ele traz a possibilidade de ser um agente moralizador; é disso que nós estamos
precisando.
Nós não estamos aqui falando de
ilegalidades, nós estamos falando de imoralidades. É disso que se fala quando
se propõe a vergonha de 67% de aumento aos Deputados Federais. Nós não podemos
calar. Talvez eu ouça por aí, pelos corredores, ainda a palavra demagogia, mas
cada um de nós tem a responsabilidade de fazer a sua parte, e trago a discussão
desses dois Projetos com essa intenção: que nós, Vereadores de Porto Alegre,
possamos estar cumprindo, na prática, a nossa verdadeira razão de estar no
Legislativo. Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Avila): O Ver. Mario Fraga
está com a palavra em Comunicações.
(O Ver. Elói Guimarães reassume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, neste meu primeiro período de Comunicações nesta
nova Legislatura, gostaria de falar sobre alguns temas da nossa Cidade,
aproveitando esta oportunidade ímpar que temos aqui na Casa.
Também quero agradecer por esses 15 dias
em que estive à frente do Partido Democrático Trabalhista, durante a licença do
Ver. Dr. Goulart, que, para nossa satisfação, já está recuperado e volta à Casa
a partir de amanhã.
Parabenizo o Ver. DJ Cassiá Gomes pela
sua atuação nesses 14 dias em que esteve substituindo o Ver. Dr. Goulart. Essas
visitas que V. Exª fez, Ver. DJ Cassiá, pela Cidade, através da sua Comissão,
tenho certeza que renderão frutos para a nossa população, principalmente a
visita que foi feita ao Postão do IAPI. Nós, Vereadores desta Casa, deveríamos
fazer, se possível, até uma comissão para fazermos essas visitas mais
seguidamente, principalmente no que diz respeito à Saúde e à Educação, Verª
Neuza Canabarro, que tanto sabe desse assunto, pois acredito que estamos aqui
para isso, para ajudarmos, principalmente nós, que somos da base do Governo
Fogaça.
Eu acho que não trazemos críticas aqui,
mas sugestões para ajudar a base do Governo. Portanto, nessa área que diz
respeito à Saúde e à Educação, vou tentar que esta Casa faça visitas
periódicas, seja em postos de saúde, seja em escolas do Município. Então, peço
ajuda aos meus Pares, aos nossos Vereadores, nesse projeto.
Quanto à segurança pública da Cidade, nós
estamos enfrentando diversos problemas. Um dos problemas maiores que tenho
visto é no Centro da Capital. Inclusive, a nossa Líder de Governo, Verª Clênia
Maranhão, a quem eu dou os parabéns, tocou nesse assunto, principalmente com o
Ver. Adeli Sell, que conhece muito bem o Centro da nossa Capital. A nossa
Cidade toda precisa de uma segurança maior, mas o Centro de Porto Alegre está
praticamente abandonado.
Eu espero - e já tivemos algumas reuniões
com o Prefeito Fogaça - que a gente coloque, principalmente nessas praças ali
do Centro - da Alfândega, Praça Argentina -, nem que seja a Guarda Municipal. O
guarda não é a segurança adequada, mas ele estando presente, tenho certeza,
afugentará os meliantes que estão naquela redondeza, ou, no mínimo, poderá
chamar a Brigada para fazê-lo.
E quanto à nossa região, a Zona Sul - na
realidade, moro em Belém Novo -, lá temos uma carência muito grande na área da
cultura.
Vejam só, quando defendo a minha
comunidade, graças a Deus a nossa Segurança ainda está bem. Nós podemos dar
graças a Deus pelo que não acontece lá. Na área da Saúde, o nosso Secretário já
esteve lá fazendo uma visita, já falei com ele pessoalmente. Quanto à Educação,
no nosso bairro, Belém Novo, infelizmente ainda, Ver. Dib, não tem uma escola
municipal, mas acredito que no futuro teremos.
Então, para concluir, Sr. Presidente,
desde o primeiro momento em que voltei a esta Casa, eu luto por um centro
cultural nessa área do extremo sul. Estamos fazendo um projeto, já falamos com
o Professor Sérgius Gonzaga e ele apoiou integralmente o assunto. Então, a
minha luta, principalmente no extremo sul, é para que, já tendo o local e a
estrutura, tenhamos um centro cultural em Belém Novo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela
Meneghetti está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Exmo Sr. Presidente, nobres
Vereadores, Vereadoras e demais presentes, atuando já na área contábil há 16
anos, convivo com as dificuldades que as empresas enfrentam no seu dia-a-dia,
principalmente pelo excesso de tributos a que estão submetidas. A categoria
está sempre atenta aos acontecimentos e às políticas tributárias e fiscais
praticadas no nosso País, visando a orientar as empresas que, na realidade, são
o fomento e a razão do nosso trabalho.
Nesse sentido, procurando sempre a
qualificação profissional, o Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande
do Sul participou - a convite da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul,
representando a sociedade civil - do 29º Congresso Anual da Associação de
Planejamento Fiscal e Financeiro e da missão do Convênio Brasil/Canadá sobre
Educação Fiscal, realizado no Canadá, em outubro passado.
O objetivo do evento foi discutir as
relações entre o setor público e o privado quanto às formas de fiscalização e
de interpretação das leis fiscais. O Convênio Brasil/Canadá é coordenado pela
Escola de Administração Fazendária e visa à igualdade de gêneros, no âmbito do
projeto entre os dois países.
Vários Estados brasileiros se fizeram
representar. O modelo fiscal apresentado foi a receita administrativa
fazendária usada na Província de Quebec. Entre outros temas, foram abordadas,
com destaque, as relações fiscais e o cliente, ou seja, o contribuinte, por
assim ser tratado naquela província.
Como cliente, o contribuinte é ouvido e
respeitado, e a sociedade, de forma transparente, é informada da origem e
aplicação dos recursos.
Aqui no Brasil, o contribuinte paga a
conta, representada pela alta tributação. O problema está na estrutura a ele
disponibilizada e pelo conceito já instituído de que é dever do contribuinte
pagar os tributos sem saber onde os recursos provenientes do seu empreendimento
são investidos.
É necessário que essa concepção seja
mudada. O contribuinte deve ser respeitado e ter o tratamento dispensado a
qualquer cliente, porque é esse o seu verdadeiro papel junto às entidades
públicas. Afinal, quem sustenta as ações praticadas pelo Poder Público é o
contribuinte, seja no segmento empresarial ou no âmbito particular. Por isso
deve ter acesso facilitado a informações sistemáticas, deve ter ao seu alcance
a orientação, quando solicitada, e até mesmo um departamento de assessoria à
sua disposição.
Bem orientado, o contribuinte reduz o
risco do erro e evita as onerosas punições a que, via de regra, está submetido.
A fiscalização nos órgãos públicos deve
ter uma atividade não só punidora, mas, ao contrário, as penalizações deveriam
ser aplicadas em casos de sonegação deliberada.
Muitas vezes o contribuinte erra por ser
mal informado.
É nesse sentido que desejamos desenvolver
um trabalho neste Legislativo. Queremos nos colocar à disposição, juntamente
com os nossos Pares que também simpatizem com as nossas idéias, para que
possamos caminhar no sentido de contribuirmos para melhorar a relação Poder
Público/contribuinte, afinal são as empresas que empregam, que proporcionam o
consumo, o crescimento e o desenvolvimento do País.
Devemos buscar os recursos que nos são
cabidos. Precisamos defender o contribuinte, que não tem voz e oportunidade,
desse monstro em forma de tributos, que desemprega, que destrói, que gera o
caos social, e, principalmente, que gera a criminalidade, conseqüência de todo
esse quadro. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. DJ Cassiá Gomes
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DJ CASSIÁ GOMES: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores e demais presentes nesta Casa, quero agradecer à
minha Bancada que abriu este espaço, na condição de Líder, Ver. Mario Fraga, e
também dizer que hoje não se encerrará a minha jornada nesta Casa, com certeza!
Amanhã voltará o Dr. Goulart, a quem
substituí por 13 dias. Quero dizer à sociedade de Porto Alegre, às comunidades
de Porto Alegre que, apesar de alguns fatos que acompanhei aqui, ainda vejo,
nesta Casa, homens com vontade de resolver o problema da sociedade, e saio
daqui orgulhoso, com certeza. Quero também dizer que, apesar de ser pouco o
tempo em que estive aqui, na semana passada, protocolei um Projeto de Lei
referente à cultura, que hoje é muito precária nas comunidades carentes.
Repito que devemos aparelhar a nossa
Polícia, que cuida da gente, sim, mas não podemos esquecer de aparelhar a nossa
juventude com educação de qualidade e oficinas de cultura nos nossos bairros
carentes. Isso me levou a fazer esse Projeto para que venha a suprir essas
necessidades dentro das nossas comunidades.
Quero, também, registrar, como cidadão, a
minha indignação em relação ao desperdício do dinheiro público. Na semana
passada, Ver. Brasinha, eu presenciei um fato que é lamentável, principalmente
para nós, Vereador, que viemos de uma camada da sociedade oprimida, viemos do
gueto. Nós, junto com a Comissão da Saúde, presidida pelo Ver. Sebenelo,
estivemos no postão da Vila do IAPI e lá vimos o desperdício do dinheiro
público. Olha, eu concordo, Verª Mônica Leal, que a pena de morte existe no
Brasil, e ela está na Saúde Pública! Eu lamento ter presenciado tudo aquilo lá.
O Ministério Público e os demais órgãos competentes não tomaram providências,
deixando chegar aonde chegou. Nós não podemos é ficar aqui, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, empurrando o problema um para o outro. É uma nova
Legislatura, temos de nos unir e chegar a uma solução para aquele problema
gravíssimo do Posto do IAPI, e deve haver muitos outros por aí.
Deixo meu registro de indignação como
cidadão desta Cidade e, hoje, como representante da população de Porto Alegre,
pelo voto direto, com o desperdício do dinheiro público. Peço à Comissão de
Saúde desta Casa e aos demais Vereadores, que tomem providências junto à
Promotoria Pública, denunciando aquelas pessoas que levaram a saúde ao caos.
Aquilo lá é uma irresponsabilidade!
E mais: ainda há materiais que podem ser
usados e que não estão sendo. Vamos tomar providências, mas providências de
fato, não só no discurso. Muito obrigado.
(Revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra em Comunicações.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães,
demais Vereadores e Vereadoras, todos os que nos assistem nesta tarde aqui ou
em suas casas; em primeiro lugar, eu queria registrar a alegria que tivemos
hoje pela manhã, quando, junto com outros Vereadores - Ver. Carlos Comassetto,
Verª Maristela Maffei, Verª Sofia Cavedon -, estivemos na inauguração do
Condomínio Princesa Isabel, na esquina da Av. Princesa Isabel com a Av. João
Pessoa, uma obra realizada totalmente com recursos do Município, sem
financiamento ou recursos de outros Governos. Hoje foram inaugurados 58
apartamentos que são uma beleza, Ver. Dib, pena que o senhor não esteve lá.
Está previsto um total de 230 apartamentos. Nós esperamos
que o novo Governo dê prosseguimento à obra de tal importância. Podia-se ver a
alegria dos moradores, que são os moradores da antiga Vila Zero Hora e da
própria Vila do Terminal Azenha; num primeiro momento, são os moradores do
Terminal Azenha, porque as obras já prosseguem sobre a área do Terminal; e,
logo, serão os da Vila Zero Hora. Também estiveram presentes o
Diretor-Presidente do DEMHAB, Sr. Tessaro; o ex-Prefeito João Verle; o
ex-Diretor do DEMHAB Flávio Helmann, e outras lideranças comunitárias.
O
Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Carrion, eu gostaria de deixar claro que a obra foi
iniciada no Governo anterior, mas paga e concluída neste Governo; paga
integralmente.
O
SR. RAUL CARRION: Estava sendo paga desde há muito tempo,
porque não se construiu em dois meses, Vereador, mas é a comprovação das coisas
boas do Governo anterior.
Queria também dizer que nós tivemos, na
quinta-feira, uma importantíssima reunião da Associação de Moradores do Centro,
Ver. Ervino, de cujo Conselho Deliberativo eu tenho a honra de ser o
Presidente. Foi uma reunião do Conselho e da Diretoria, e aprovamos a
realização de um grande seminário, que acontecerá nos dias 8 e 9 de abril; no
dia 8, abrindo à noite, e, no dia 9, durante todo o dia. Chama-se “O Centro se
Encontra”, em que serão tratados esses problemas que o Centro vive. Inclusive a
Verª Clênia Maranhão fez aqui um pronunciamento a esse respeito; são problemas
históricos do Centro. O temário estará dividido entre Transporte e Habitação,
Segurança e Revitalização do Centro, em que trataremos dos terminais da Av.
Salgado Filho, da Av. Borges de Medeiros, do Projeto Monumenta, do
desenvolvimento econômico, dos moradores de rua e de outros problemas que a
população do Centro vive.
Aliás, Ver. Haroldo, o Centro é o maior
bairro de Porto Alegre, calcula-se que mais de 200.000 pessoas vivam no Centro.
Então, será uma importante atividade, que se soma ao trabalho que a Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação vem fazendo no decorrer desses anos. Nós
estivemos participando nesses quatro anos, e, na Legislatura passada também
trabalhamos essa questão.
Por fim, no minuto que me sobra, quero
registrar o nosso repúdio, Verª Celeste, ao pronunciamento do Sr. Pascal Lamy,
ex-Comissário de Comércio da União Européia, e candidato a Diretor-Geral da
OMC, que declarou que a Amazônia deve ser considerada um bem público mundial,
retomando a proposta dos países colonialistas, dos países imperialistas que
destruíram as suas matas, destruíram o seu meio ambiente e que agora se voltam
para a Amazônia, tentando a sua internacionalização. O Itamaraty deu uma
resposta dura, dizendo que o País é soberano para decidir os rumos para manter
a Amazônia, para desenvolvê-la e para protegê-la.
Da mesma forma, registramos a voz
enérgica do General Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, Presidente do Clube Militar,
que também se pronunciou com indignação. Então isso, meu Presidente, Ver. Elói
Guimarães - que também tem sido um lutador em defesa da soberania deste País -,
mostra como novamente os olhares cobiçosos do chamado Primeiro Mundo
imperialista voltam-se para as nossas riquezas, mas o povo brasileiro, o
Governo Lula, saberão defender a nossa soberania. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o período de
Comunicações.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, o motivo de eu
pedir esta Liderança com antecipação foi a fala do Ver. Raul Carrion, que foi
de saudação a obras que foram iniciadas no Governo anterior e que,
corretamente, estão sendo completadas neste Governo do Prefeito Fogaça, mas que
devem ter todas as informações corretamente passadas, para que o cidadão que
nos acompanha possa ter a real noção de quem tem responsabilidade para
governar, de quem não tem e de quem tem apenas o desejo de se promover através
de um marketing feito de forma, eu
acredito, não muito correta, para que a população não tenha uma idéia de que a
competência administrativa esteja acima de onde ela realmente está, no caso da
Administração passada. As obras do conjunto habitacional da Av. Azenha são
orçadas em mais ou menos 7,5 milhões de reais. Desses 7,5 milhões de reais, a
Administração chamada “popular” pagou apenas 300 mil reais. Sabia disso, Ver.
Nereu? Apenas 300 mil reais é o que foi pago pela chamada Administração
Popular. Todo o restante da dívida foi deixado para que o próximo Prefeito
fizesse o pagamento. Quer dizer: a totalidade da dívida! De 7,5 milhões de
reais, 300 mil reais foram pagos pela Administração passada. Então, quem fez a
obra, Ver. Nereu? Qualquer obra, qualquer serviço que é prestado vai precisar
de recursos orçamentários. Não adianta eu fazer e deixar que os outros paguem,
porque aí eu não estou fazendo, eu estou me aproveitando dos outros quando falo
que fui eu que fiz. Quem faz é quem paga! E quem está pagando é o Governo
Fogaça, muito embora o déficit orçamentário seja imenso; cada dia se descobre
um aumento do déficit orçamentário por causa de malefícios da Administração
passada que foram herdados por esta Administração.
Eu digo aqui, Ver. João Dib, e já disse
várias vezes, que o pagamento da 3ª Perimetral, que foi percorrida a pé pelo
Prefeito Verle e pelos seus Secretários, que tinha um traçado da época de V.
Exª - do Plano Diretor antigo, de 1983 -, que foi feita com recursos que foram
votados por esta Câmara - recursos internacionais, empréstimos que vieram para
o Município -, que seriam suportados pelas futuras Administrações, porque todo
empréstimo internacional tem prazo de carência. Isso nós dissemos várias vezes
nesta tribuna! É o que está sendo feito agora. Quem é que começa a pagar, Ver.
João Dib, os empréstimos? Porque, até agora, não foi pago absolutamente nada da
3ª Perimetral. O Prefeito Fogaça começa a pagar os empréstimos que foram
buscados, com votação feita aqui nesta Casa, aprovado pelos Vereadores aqui
desta Casa, mas o Prefeito Fogaça é quem começa a pagar esses empréstimos. E
daqui a pouquinho eu vou ouvir de um Vereador do PT, ou ligado ao grupo do PT,
que deixaram um orçamento maravilhoso. Deixaram foram dívidas, Ver. Nereu!
Muitas dívidas. Deixaram, só a curto prazo, para que o Governo Fogaça pagasse,
mais de 60 milhões; a curto prazo, dívida a curto prazo. Sendo que em caixa
ficou realmente muito pouco para que isso pudesse ser honrado. Então, eu
gostaria que o Governo do Fogaça pudesse até passar isso para a imprensa, com
toda a clareza possível, a fim de que as pessoas pudessem tomar conhecimento
das dificuldades que estão sendo encontradas agora por causa dos desmandos
cometidos antes, com má administração e com muita propaganda. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Vereadora Maristela
Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu não costumo dar respostas
a determinados embates que ocorrem aqui, mas porque somos formadores de
opinião, é preciso que sejam retomadas algumas questões; não no mesmo nível de
corregedor, porque eu acho que cada Vereador ou Vereadora tem o seu perfil,
cada um tem o seu viés ideológico, e eu respeito. Agora, existem algumas coisas
que são platônicas, só pode ser algum tipo de doença, não é possível! O Ver.
Sebenelo talvez até possa me ajudar nesse tipo de patologia, porque eu sei que
é um excelente profissional e pode nos ajudar a melhorar, inclusive, a relação
aqui no Plenário, senão a coisa sai um pouco do conceito daquilo que nós temos
que discutir aqui. Vereador Luiz Braz, eu sei que V. Exª está fazendo de conta
que não está prestando atenção, só para tranqüilizar V. Exª: a metade do
investimento da 3ª Perimetral é oriunda da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, quem paga é a população de Porto Alegre. E a metade - V. Exª pode ficar
tranqüilo - já está paga. O restante, Ver. Luiz Braz, é um financiamento de uma
Prefeitura não-chamada, de uma Prefeitura do "Partido da Mudança" - e
muito do mérito da vitória foi baseado em cima da sua política, como a questão
da organização da cidade, o Orçamento Participativo - que tem um crédito
internacional fantástico, bem planejado. Eu quero acreditar que o Governo que
assume, daqui a pouco comece a se estabilizar, a trabalhar, pare de chorar, e
comece a compreender melhor as finanças públicas, aí vai compreender que existe
um planejamento. Assim é a vida, como diz o Ver. Adeli Sell. É dessa forma:
planejando.
Existe um planejamento, onde se teme haver
outros interesses, que não são os da população, que não são essa pirâmide, e
que deixa de ser aquilo que a população discutiu e aprovou, em que possa faltar
dinheiro para pagar aquilo que está planejado. Isso é o que o Prefeito Fogaça
dizia: o que está bom terá continuidade. E foi esse o compromisso assumido por
ele com a população.
Então, fique tranqüilo, Vereador, de vez
em quando é bom V. Exª sorrir um pouco, senão V. Exª vai acabar ficando doente,
e isso é ruim para a sua saúde, e para a Cidade também. É um conselho de amiga.
Temos de ter postura e elegância aqui, pois isso não faz mal a ninguém.
Eu queria, também, Verª Clênia Maranhão,
apesar da ligação do Prefeito Fogaça não ter sido feita para mim, mas por ter
conversado comigo, dizer que o meu diálogo com ele foi exatamente de achar que
V. Exª é a pessoa que está mais gabaritada para assumir a Liderança do Governo.
Portanto, quero reafirmar a posição que tive quando da conversa com o Prefeito,
sem tirar o mérito do conjunto, favorável a V. Exª, por se tratar de uma
mulher, de uma Vereadora experiente, também há a questão de gênero. Foi esse o
diálogo com o Prefeito, naquele momento. Reafirmo a minha posição individual,
enquanto Parlamentar e como parte do Partido dos Trabalhadores, e digo que a
forma como V. Exª tem feito os acordos aqui, resguardadas as diferenças, tem
sido de civilidade.
Portanto, quero referendar o apoio, ao
menos da Maristela Maffei - Vereadora de Porto Alegre - ao seu nome. Ficamos
muito felizes, e é uma expressão de toda a nossa Bancada.
Por último, Sr. Presidente, não poderia
deixar de colocar aqui, uma situação muito séria que estamos vivenciando no
Estado: a falta de remédios especiais.
A falta dos remédios especiais no Estado
do Rio Grande do Sul é algo calamitoso.
Eu faço parte dessa fila, mas não quero
aqui particularizar a minha situação, porque sei que há pessoas com casos mais
sérios. A minha filha precisa de remédio especial, e já não o tem há dois
meses. Mas a grande maioria da população que vem do Interior, que passa fome,
Verª Margarete Moraes, que não tem, muitas vezes, como se deslocar novamente
para vir buscar, está passando por um período muito, muito, sério. E nós
queremos, aqui, ser parceiros nessa situação, junto com aquela população.
Porque isso não é possível. Quando nós tivemos esse problema, e é verdade,
tínhamos, sim, a forma como era colocado nesta tribuna, era algo estarrecedor.
Eu queria, aqui, que todos os Vereadores e Vereadoras se somassem nessa fala e
que nós buscássemos uma saída, porque, em primeiro lugar, a maioria dos
medicamentos não existem. Segundo: há um desvio sério, e aqui está no jornal
Correio do Povo, do dia 26 de fevereiro de 2005, na página 18 (Lê.): “Desvio de
remédios irrita usuário. Polícia já está em ação”. Agora, o que a gente sabe é
que existe um contrabando desse medicamento, e isso acaba deixando a nossa
população numa situação de penúria, as pessoas estão morrendo nas filas por
falta de medicamentos.
Então, nós temos que ter uma política
mais séria, direcionada, e realmente investir naquilo que nós fazíamos no
Governo Estadual, aquilo que nós fazíamos na área da Saúde aqui em Porto
Alegre. Nós temos que somar forças, porque, independente da questão de
diferença ideológica, quem perde é a população. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MANUELA D’ÁVILA: Exmo Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, demais pessoas que
nos assistem no dia de hoje, seja nas nossas galerias, seja pela TVCâmara, em
primeiro lugar, eu gostaria, em nome da nossa Bancada do Partido Comunista do
Brasil, de parabenizar e nos somar em todas as atribuições pessoais que já
foram feitas quando da escolha da Verª Clênia para a Liderança do Governo.
Evidentemente que o fato de ser mulher e ter toda a trajetória política, tem
mostrado que tem a amplitude necessária, no nosso entender, para o trato com
todas as Bancadas, inclusive com as Bancadas da oposição. Com certeza fará um
grande trabalho que vai contribuir para o êxito de todas as atividades
individuais dos Vereadores em benefício da nossa Cidade.
Em segundo lugar, eu gostaria, hoje, de
tornar público, como orientação do meu Partido, o saldo das nossas discussões,
dos nossos debates políticos do Secretariado Municipal do PCdoB e sua posição
frente ao novo Governo Municipal, e fazer uma breve avaliação desses 60 dias de
Governo. Então, lerei a nota, cuja distribuição está sendo viabilizada. (Lê.):
“A posição do Partido Comunista do Brasil frente ao novo Governo Municipal de
Porto Alegre: O resultado eleitoral de 2004 produziu um novo quadro político na
Capital e também no Estado. Agora, os Governos Estadual e Municipal são
compostos por forças de centro, com o apoio da direita. O Partido Comunista do
Brasil compôs a coligação da Frente Popular por entender que esta representava
o melhor projeto para a Cidade. O resultado das urnas nos colocou em campo
oposto ao do atual Governo Municipal.
No entanto, outros fatores também devem
ser considerados para determinar a nossa posição em relação ao novo Governo. O
embate pelo poder central que ocorrerá em 2006 deve, desde já, condicionar
nossa tática política. Para o PCdoB tem sentido estratégico a reeleição de Lula
e do projeto mudancista. Pela primeira vez, depois de uma ‘década neoliberal’ -
de entreguismo, privatizações e retrocesso social - e em que pesem as
limitações na área macroeconômica, o País volta a crescer, aumentam os
investimentos públicos, diminui o desemprego, a balança comercial acumula
saldos crescentes, reduzindo nossa vulnerabilidade externa. Mais que isso, o
Governo Lula assume uma postura democrática em relação aos movimentos sociais e
uma política externa avançada, caracterizada pelo não-alinhamento com o
imperialismo norte-americano, o grande inimigo dos povos nos dias de hoje.
Vislumbramos com clareza os dois campos
atualmente em disputa: de um lado o campo mudancista, que defende um novo
projeto nacional com desenvolvimento, emprego e distribuição de renda e, de
outro, os que defendem a volta do fracassado projeto neoliberal. A partir dessa
visão mais global é que estabelecemos o nosso posicionamento. Em nossa opinião,
do Partido Comunista do Brasil, as forças políticas que formam o núcleo do
Governo Municipal, o Partido Popular Socialista e o Partido Trabalhista
Brasileiro não se situam no campo dos inimigos a serem combatidos. O PTB é da
base aliada do Governo Lula, e o PPS, que há pouco decidiu pela entrega dos
cargos que ocupava, ainda assim não assumiu uma postura de oposição sistemática
por parte da sua Bancada Federal. O seu núcleo dirigente em Porto Alegre não
tem assumido a linha defendida por seu Presidente nacional, de oposição cerrada
ao Governo Lula. De outro lado, os Partidos que trabalham pela volta do projeto
neoliberal, pouco ou nenhum espaço ocupam no núcleo do Governo de José Fogaça,
embora o apoio no segundo turno das eleições.
Os primeiros dois meses do Governo Fogaça
têm demonstrado uma postura democrática e de amplitude política com as outras
forças. Por outra parte, o projeto de criação da Secretaria da Juventude,
bandeira também do Partido Comunista, recebeu emendas e voto favorável da
Bancada Comunista nesta Câmara. O Partido tem procurado não cair na oposição
pela oposição, e analisará de forma concreta e criteriosa cada uma das medidas
tomadas pelo novo Governo.
Trabalharemos para fortalecer e ampliar
alianças políticas visando à continuidade do atual projeto mudancista em nível
nacional. Não compactuaremos com práticas estreitas e sectárias que dificultem
a consolidação das maiorias políticas necessárias ao atual quadro político
nacional. No entanto, estaremos vigilantes frente a todas as iniciativas para
que nenhum retrocesso aconteça nas conquistas obtidas pelo nosso povo nos 16
anos de Administração Popular. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo
solicita Licença para Tratamento de Saúde; anexo ao Requerimento, o atestado
médico. A espécie encarta-se no § único do art. 219: “Quando o período de
licença for inferior a um dia, não será convocado suplente”.
Passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª
SESSÃO
PROC. 1121/00 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 005/00, de
autoria do Ver. João Antonio Dib, que
institui o Plano de Incentivo à Transferência de Potencial Construtivo dos
imóveis atingidos pelo traçado viário projetado. Com Emenda n.º 01.
PROC. 2481/00 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
N.º 015/00, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
institui Procedimento Simplificado para regularização de edificações e dá
outras providências. Com Emendas n.ºs 01
a 03.
PROC. 1115/01 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
Nº 004/01, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
altera a redação dos arts. 26, 27, 28 e os Anexos 1, 4, 5, 6, 7 e 8 da Lei
Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 (PDDUA) e dá outras
providências. Com Emenda nº 01.
PROC. N.º 1814/01 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 103/01, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que dispõe sobre a criação de Shoppings Populares,
através da permissão de uso de local pelo Poder Público Municipal, para a
exploração de atividades econômicas informais. Com Emenda n.º 01.
PROC. 1179/02 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/02, de autoria
do Ver. Adeli Sell, que revoga a Lei nº 6.944, de 26 de novembro de 1991,
que isenta do pagamento do ISSQN as Cooperativas que se enquadrarem nos seus
dispositivos.
PROC. 3320/02 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 210/02, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que obriga as
clínicas e estabelecimentos similares que realizam bronzeamento artificial a
colocarem avisos em suas dependências, alertando os usuários de que a exposição
aos raios ultravioletas pode causar danos à saúde, inclusive câncer, e dá
outras providências.
PROC. 1566/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 046/03, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que cria, no âmbito do Município de Porto Alegre, creches
para idosos. Com Emenda n.º 01.
PROC. N.º 4370/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 327/03, de autoria do
Ver. Dr. Goulart, que implanta o serviço de Ecografia Obstétrica no SUS do
Município.
PROC. 5365/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 402/03, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que cria no Município de Porto Alegre o Programa SOS
Idosos Desaparecidos.
PROC. 5947/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 433/03, de autoria do
Ver. Dr. Goulart, que implanta a cirurgia plástica de mamas e de abdômen no SUS
do Município.
PROC. N.º 2145/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 087/04, de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol, que institui o Programa de Recuperação de Créditos da Fazenda
Pública do Município de Porto Alegre (REFAZ) e dá outras providências.
(desarquivado pela Ver.ª Maristela Meneghetti)
PROC. N.º 5181/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 216/04, de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon, que denomina Rua Everest um logradouro não-cadastrado, localizado no
Bairro Vila Nova.
PROC. N.º 2686/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 080/04, de autoria do Ver.
Haroldo de Souza, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto
Alegre ao Senhor Ronaldo Assis Moreira.
PROC. N.º 3810/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 095/04, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que
institui o Prêmio “Jovem Cidadão (ã)” a ser concedido a jovens que se
destacarem pela realização de projetos sociais na cidade de Porto Alegre.
PROC. N.º 0124/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 10/05, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que institui a Semana das Etnias no Município de Porto Alegre, a
ser realizada na primeira semana de maio, para divulgação dos hábitos,
costumes, história e contribuições das diversas etnias formadoras da sociedade
porto-alegrense.
PROC. N.º 0451/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 20/05, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que
denomina Rua Hélia Fernandes Presser um logradouro público cadastrado,
localizado no Bairro Vila Nova.
PROC. N.º 0478/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 23/05, de autoria do Ver.
Mauro Zacher, que modifica a redação do § 1.º do art. 3º e inclui o art. 7º-A
na Lei n.º 6.998, de 10 de janeiro de 1992, e alterações posteriores, que
estende os benefícios do instituto da passagem escolar nos serviços de
transporte coletivo explorados, concedidos ou permitidos no Município (Lei n.º
5548/84 e alterações).
PROC. N.º 0599/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 29/05, de autoria do Ver.
Ervino Besson, que autoriza o Executivo Municipal a implantar telas de proteção
nas bocas-de-lobo da rede de esgoto.
PROC. N.º 0748/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 36/05, de autoria da Ver.ª
Margarete Moraes, que denomina “Marcos Klassman” o conjunto cultural localizado
na Rua dos Andradas números 1051 e 1073, no Centro.
PROC. N.º 0126/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 39/04, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que concede o prêmio jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha
ao Advogado Marco Antônio Birnfeld.
PROC. N.º 5644/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 121/04, de autoria do Ver.
Raul Carrion, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Mestre de Capoeira Jean
Batista Cléber Teixeira dos Santos, Mestre Churrasco.
PROC. N.º 0097/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 037/05, de autoria dos
Vereadores Raul Carrion e Dr. Goulart, que concede o prêmio Quilombo dos
Palmares a Sirmar Antunes, na modalidade atuação na área artístico-cultural; a
Maria Faustina dos Santos (Mãe Maria), na modalidade atuação na área
afro-religiosa e a Abdias do Nascimento, na modalidade atuação política e
social.
PROC. N.º 0098/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 038/05, de autoria do Ver.
Raul Carrion, que concede o prêmio de Artes Plásticas Iberê Camargo ao
Instituto de Artes da UFRGS.
PROC. N.º 0107/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 042/05, de autoria do Ver.
Raul Carrion, que destina Sessão Solene alusiva à comemoração da Revolução
Farroupilha, anualmente, em data a ser definida pela Mesa Diretora, antecedendo
o dia 20 de setembro.
PROC. N.º 0116/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 045/05, de autoria do Ver.
Comassetto, que concede o Prêmio de Ciência e Tecnologia Mário Schernberg ao
Senhor Miguel Aloysio Sattler.
PROC. N.º 0173/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 051/05, de autoria dos
Vereadores Dr. Goulart e Elias Vidal, que concede o Prêmio Mário Rigatto ao Dr.
Elias Morsch.
PROC. N.º 0715/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 055/05, de autoria do Ver.
Adeli Sell, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Policial ao
Major da Brigada Militar Carlos Armindo Thomé Marques.
PROC. N.º 0109/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 006/05, de autoria da Ver.ª Manuela, que
acrescenta § 2º ao art. 1º e parágrafo único ao art. 3º da Lei n.º 5.548, de 28
de dezembro de 1984 e alterações posteriores, que consolida dispositivos
relativos à instituição da Passagem Escolar no Município de Porto Alegre,
assegurando ao beneficiário a sua utilização em qualquer dia, bem como optar
pela aquisição de, no mínimo, vinte e cinco passagens, permitido mais de uma
compra no mês até o limite fixado.
PROC. N.º 0787/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 57/05, de autoria do Ver.
Mauro Zacher, que concede o Prêmio “Construtor da Paz” ao Senhor Sylas Souza
Silveira na categoria pessoa física.
PROC. N.º 0811/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 58/05, de autoria do Ver.
Mauro Zacher, que concede o Prêmio Não Às Drogas à Fundação Thiago de Moraes
Gonzaga.
PROC. N.º 1213/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 67/05, de autoria da Mesa
Diretora, que extingue e cria cargos no Quadro de Cargos em Comissão e Funções
Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.
2.ª
SESSÃO
PROC. N.º 2189/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 092/04, de autoria do Ver.
Nereu D’Avila, que denomina Rua Wilson Vargas um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Espírito Santo.
PROC. N.º 2635/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 114/04, de autoria do Ver.
Ervino Besson, que denomina Rua Manuel Zacharias Pacheco um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC. N.º 3042/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 128/04, de autoria do Ver.
João Carlos Nedel, que denomina Rua José Pereira da Cunha um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC. N.º 3044/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 130/04, de autoria do Ver.
João Carlos Nedel, que denomina Rua Giobatta Giuseppe Petracco um logradouro
público não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC. N.º 3738/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 160/04, de autoria do Ver.
João Antonio Dib, que denomina Praça Arq. Leo Ferreira da Silva um logradouro
público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green.
PROC. N.º 4036/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 177/04, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
denomina Rua Annita Grossi da Silva um logradouro público cadastrado,
localizado no Bairro Sarandi.
PROC. 2117/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 098/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
estabelece normas para a colocação de roleta nos ônibus urbanos e dá outras
providências. Com Emenda n.º 01.
PROC. N.º 2178/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 091/04, de autoria dos
Vereadores Sebastião Melo e Beto Moesch, que institui o Programa de Proteção
aos Animais Domésticos e dá outras providências.
PROC. N.º 3811/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 096/04, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que institui o
Prêmio Leonel Brizola – Ética Política, que será concedido, anualmente, à
pessoa que se destacar em suas atitudes éticas no exercício da política, e
objeto de Resolução, com subscrição de, no mínimo, um terço dos Vereadores e
entregue em Sessão Solene a ser realizada no dia 21 de junho, no Plenário
Otávio Rocha.
PROC. N.º 4467/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 195/04, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que
institui o dia 18 de julho como o Dia Municipal de Luta contra o Câncer de
Mama, que passará a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre,
bem como prevê a participação dos Poderes Executivo e Legislativo do Município,
empresas e as entidades civis em campanhas de prevenção.
PROC. N.º 4740/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 199/04, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que
denomina Rua Sergio Stimamilio um logradouro não-cadastrado, conhecido como
Beco Um, localizado próximo do n.º 2605 da Avenida Edgar Pires de Castro.
PROC. N.º 4805/04 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 015/04, de autoria do Ver.
Nereu D’Avila, que viabiliza a regularização de atividades existentes na
Estrada Jorge Pereira Nunes, mediante o ajuste do Modelo Espacial, Anexo 1, da
Lei Complementar n.° 434, de 1° de dezembro de 1999, e alterações posteriores
(PDDUA).
PROC. 3123/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 159/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
obriga os estabelecimentos de bingo em Porto Alegre a destinarem espaço para
fumantes. Com Emenda n.º 01.
PROC. N.º 1664/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 070/04, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que dispõe sobre a implementação das Terapias Naturais no
Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. N.º 1875/04 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 007/04,
de autoria do Ver. Ervino Besson, que acrescenta inciso II, renumerando os
demais, ao § 1.º do art. 45 da Lei Complementar n.° 170, de 31 de dezembro de
1987, que revoga a Lei Complementar n.º 32, de 07/01/77, estabelece normas para
instalações hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento de água e
esgotamento sanitário prestados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos e
dá outras providências.
PROC. N.º 2102/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 085/04, de autoria do Ver.
Haroldo de Souza, que torna obrigatória a instalação de caixa eletrônico
próprio para atendimento a portadores de deficiência física nas agências e
postos de atendimento bancário, no Município de Porto Alegre, e dá outras
providências.
PROC. N.º 4119/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 182/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Avenida Altos do Santa Rita um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Hípica.
PROC. N.º 5355/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 229/04, de autoria do
Ver. Luiz Braz, que declara de utilidade pública, nos termos da Lei n.º 2.926,
de 12 de julho de 1966, e alterações posteriores, a Associação Nacional dos
Portadores de Psoríase (PSORISUL).
PROC.
N.º 2406/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 108/03, de
autoria do Ver. Raul Carrion, que determina a obrigatoriedade da colocação de
obra de arte nos prédios urbanos com mais de 1.500m2. Com Substitutivo n.º 02.
PROC. N.º 1841/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 072/04, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que institui o Programa de Conservação, Uso Racional e
Reaproveitamento das Águas nas edificações. (desarquivado pela Ver.ª Mônica
Leal)
PROC. N.º 4066/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 179/04, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
denomina Rua Samuel Vainstein um logradouro público cadastrado, localizado no
Loteamento Nova Ipanema Green. Com
Emenda n.º 01.
PROC. N.º 4681/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 197/04, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Hermes de Souza um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.
PROC. N.º 5490/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 230/04, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
institui o programa social Frente de Trabalho Voluntário nas comunidades do
Município, mediante cadastro de famílias carentes que tenham pelo menos um
membro desempregado há mais de seis meses; cria um fundo de assistência a ser
gerido e administrado pelo órgão competente do Município, com recursos oriundos
de parcerias e convênios com a iniciativa privada e outras verbas públicas
destinadas a esse fim.
PROC. N.º 5661/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 235/04, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que
destina espaço na Praça Nossa Senhora de Belém, no Bairro Belém Velho, para
instalação de busto em homenagem ao Senhor Dionísio Rodrigues Mendes, sem ônus
ao Município.
PROC. N.º 3084/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 157/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que dá
nova redação ao art. 4.º do texto em vigor da Lei n.º 6.442, de 11 de setembro
de 1989 (Dispensa a apresentação de atestado médico para renovação da carteira
de identificação de portadores de deficiência física, visual ou auditiva
irreversível). Com Emenda n.º 01.
PROC. N.º 3547/04 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 011/04, de autoria do Ver.
João Antonio Dib, que inclui inciso XVIII no art. 162 e altera a redação do
inciso II do art. 164 da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999,
e alterações posteriores, incluindo no Modelo Espacial do PDDUA novos
equipamentos, vias e alargamento viário que envolva demolições de prédios ou
redução dos Recuos para Jardim, bem como retira do gravame do PDDUA os projetos
de prolongamento e alargamento viário das Ruas Anita Garibaldi e Carlos Huber.
PROC. N.º 4021/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 176/04, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
denomina Rua Bernardo Profes um logradouro público cadastrado, localizado no
Loteamento Nova Ipanema Green.
PROC. N.º 5849/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 241/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Praça Leonida Carpi um logradouro público cadastrado, localizado no
Bairro Vila Nova.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras. Hoje é o segundo
dia de Pauta desta Legislatura e nós já chegamos a sessenta Projetos de Lei, e
este Vereador, que fala sempre em fúria legiferante, tem os três primeiros
projetos na Pauta do dia de hoje, mas é verdade que nenhum deles foi elaborado
neste ano. O primeiro, do ano de 2000, é o PLCL nº 005/00, que institui um
Plano de Incentivo à Transferência de Potencial Construtivo dos imóveis
atingidos pelo traçado viário projetado. Isso é para fazer com que haja uma
aceleração no alargamento das ruas e avenidas que precisam, e que estão
projetadas no Plano Diretor. Não fizemos nada diferente do que fez a
Prefeitura, quando estabeleceu a mesma regra de incentivo de 20% sobre índices
construtivos para execução da 3ª Perimetral.
O segundo Projeto de Lei é do ano de
2001, que instituiu procedimento simplificado para regularização de edificações
e dá outras providências. Não inventei nada que não pudesse ser interpretado
dentro do Plano Diretor. Quando houve a apreciação do Projeto do Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano e Ambiental nesta Casa, foi aprovada Emenda que
dispunha sobre a regularização de edificações na Capital. Nesse momento, o
Executivo entendeu de rejeitar e vetar aquela Emenda, mas prometeu que, até 30
de junho de 2000, ele mandaria um Projeto para regularizar os imóveis que
precisavam ser regularizados de uma forma mais simples, o que seria muito
interessante para o Município em razão da arrecadação do IPTU. Bem, o Município
não fez nada disso. Então, no dia 16 de agosto, 46 dias depois, este Vereador
fez um Projeto de Lei que tinha a preocupação com todos os aspectos
fundamentais do Plano Urbanístico da Cidade, tais como: alinhamento predial,
recuos obrigatórios, controle de uso e densidade, altura máxima das
edificações, se estão sendo preservados de maneira a não prejudicar o interesse
coletivo, e o Modelo Espacial instituído pela Lei Complementar.
O
Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Antonio Dib, estive lendo e estudando atentamente os seus
Projetos e trago aqui para o debate algumas contradições que encontramos nele.
A primeira é esta que institui o Plano de Incentivo à Transferência do
Potencial Construtivo. Creio que ele traz uma contradição no sentido de
esvaziar a questão do Solo Criado. Então, no momento em que nós estamos
incentivando, transferindo o Potencial Construtivo, nós esvaziamos o
instrumento do Solo Criado.
O segundo é o Projeto de Lei nº 004/01,
questão do velho debate sobre o Modelo Espacial da Cidade: Zona Urbana e Zona
Rural. Sobre esse instrumento que construíram com o atual Plano Diretor, muito
debatido, criamos um novo modelo. Creio que é um retrocesso nós voltarmos ao
velho modelo: Zona Urbana e Zona Rural, e desconhecermos a questão do
rururbano, a zona diversificada, tal qual consta no Plano, hoje. Muito
obrigado.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador, no primeiro Projeto, nós
estávamos tentando fazer com que aqueles que têm terrenos atingidos pelo Plano
Diretor façam, de uma vez por todas, a negociação com a Prefeitura, para que o
alargamento das vias públicas, que estão aí dificultando a vida de todos nós,
seja acelerado. No segundo caso eu estava pedindo que dessem oportunidade, pois
há muita construção irregular nesta Cidade; eu não queria que modificassem o
Plano Diretor, mas respeitado o Plano Diretor, fosse facilitado o processo de
regularização do que aí acontece.
Eu já fui Secretário de Obras, e no
primeiro momento que cheguei na Secretaria havia um Plano de Regularização de
Imóveis, e eu era contrário, mas quando vi a aplicação do Plano, eu mesmo,
Secretário, pedi que a Lei fosse estendida por mais 90 dias, porque, na
realidade, havia essa necessidade. E depois disso, em 1986, houve uma nova
possibilidade de regularização, mas nem toda a comunidade fica sabendo disso.
Na primeira vez nós facilitamos, de toda a sorte, para que pudesse haver a
regularização; na segunda vez, foi mal-usado, inclusive, por aqueles que
durante 16 anos impediram que isso ocorresse. Regularizaram, doaram, deram o
que não era deles, era do povo. A Prefeitura deu, na esquina da Rua Nova Iorque
com a Av. 24 de Outubro, a Galeria, que era pública, e deu amparada numa Lei
que já não mais existe. Então, há a necessidade desta Lei. Mas nós levaremos
longo tempo ainda, vamos discuti-la.
Tenho ainda o terceiro Projeto, eu
pretendia que se restabelecesse a Zona Rural. Eu dizia aqui que a Lei Orgânica
do Município atribui ao Poder Executivo e ao Poder Legislativo a obrigação de
promover o desenvolvimento urbano e a preservação do meio ambiente, e
estabelece um primeiro princípio a ser observado no Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano, que é a determinação dos limites físicos de todo o
território municipal, das áreas urbanas, da expansão urbana e rural. É Lei
Orgânica, mas esta Casa, por um voto - por 17 votos contra 16 -, anulou no
Plano Diretor e contrariou a Lei Orgânica, fazendo com que desaparecesse a Zona
Rural.
O que eu pretendo? Estabelecer um limite
territorial para o crescimento da Cidade, nos próximos anos, sem alterar os
limites da área de ocupação intensiva, restaurar a Zona Rural, como sempre
existiu, transformando parte da área rarefeita instituída pelo atual Plano
Diretor para a situação anterior - isto é, rural -, a divisão territorial do
Município, para fins de urbanização, conforme está no Projeto.
Mas o art. 2º das Disposições
Transitórias diz que previa o prazo de 180 dias, para o Município, a contar da
data da publicação da Lei Orgânica, para proceder ao mapeamento e arrolamento
das áreas rurais. É Lei Orgânica, não fui eu quem inventou, foram todos os 33
Vereadores que votaram, e nós todos não cumprimos. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor
Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje, dia 28 de fevereiro, é o Dia Mundial da
LER/DORT. LER quer dizer Lesões por Esforços Repetitivos, e DORT refere-se aos
Distúrbios Osteomusculares Relacionados com o Trabalho.
Desde a semana passada, do dia 22 de
fevereiro até hoje, realizou-se nesta Casa a 1ª Semana Educativa de Prevenção
das LER/DORT no Município de Porto Alegre. Durante toda a semana houve várias
palestras envolvendo vários segmentos. Primeiro, relativo aos empregadores:
compareceu o Sistema SESI/FIERGS, com abordagem multidisciplinar, com aulas de
ginástica laboral. Depois vieram os empregados, através da CUT e da Força
Sindical, do Sindicato dos Comerciários, do Sindicato dos Bancários de Porto
Alegre, bem como de um grupo de ação solidária dos portadores de LER/DORT do
Sindicato dos Bancários, e inúmeros profissionais que atuam na área de
LER/DORT, como médicos do trabalho, engenheiros do trabalho, ergonomistas,
professores de Educação Física, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,
assistentes sociais, psicólogos. Ou seja, uma gama de profissionais que atuam
diretamente nessa área de LER/DORT. Vieram também juristas, vários advogados
que atuam nessa área e mais a Delegacia Regional do Trabalho. Durante uma
semana estivemos discutindo, debatendo a questão de LER/DORT, mostrando que, a
cada dia que passa, temos que trabalhar cada vez mais na área de prevenção,
para evitar essas lesões por esforços repetitivos. Muitas vezes ela se dá no ambiente
de trabalho por desconhecimento. Basta, muitas vezes, adequar o mobiliário,
fazendo móveis ergonômicos para facilitar as diversas posições dos
trabalhadores. Foi colocado, inclusive, por exemplo, que aqui mesmo, na Câmara,
o nosso mobiliário não é adequado à questão de LER/DORT, que os nossos
programas relativos a essa questão, no Município de Porto Alegre, são tímidos,
e que também as ações vinculadas ao setor público foram muito poucas.
Por falar em setor público, também vieram
gestores que comentam e comentaram o que está sendo feito junto aos órgãos
competentes relativos a LER/DORT no Município de Porto Alegre. Também foi
colocado que, a cada dia que passa, milhares e milhares de trabalhadores deixam
seus postos de trabalho e ficam em licença médica, onerando os cofres públicos,
principalmente os do INSS. Também como é uma doença de difícil diagnóstico, que
é realizado muitas vezes de forma subjetiva, faz com que muitas pessoas
entendam que esses trabalhadores – e isso é uma coisa hilariante - não querem
trabalhar.
Então, foi uma semana muito produtiva, e
esse evento terminou hoje com ato na Esquina Democrática, com a participação
deste Vereador - que foi o proponente da Lei -, da CUT, da Força Sindical e do
Sindicato dos Bancários, que lá colocaram suas idéias.
Para finalizar, Sr. Presidente, queremos
parabenizar uma funcionária aqui da Casa, a Taquígrafa Dejanira Chagas
Bernardo, que no dia 9 de março receberá, na Assembléia Legislativa, o título
Troféu de Mulher Cidadã por Geração de Emprego e Renda, prêmio instituído pela
Assembléia Legislativa. Então nós queremos parabenizar a funcionária Dejanira,
Taquígrafa desta Casa, pelo seu brilhante trabalho com mulheres em comunidades
carentes. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente desta
Casa, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, com
muita felicidade vejo entrando em Pauta o Projeto de nossa autoria que cria no
calendário turístico de Porto Alegre a Semana das Etnias. Esses povos, quando
aqui chegaram, de diferentes pontos do mundo, formaram essa gente brasileira,
e, especificamente, aqui no Rio Grande, o povo gaúcho. Nós temos a felicidade
de contar aqui no Rio Grande, no Brasil, com representantes de todas as etnias,
e o nosso Projeto visa a dar oportunidade para que esses vários segmentos,
essas várias raças possam apresentar a sua cultura, a sua culinária e o seu
jeito de ser.
Temos aqui o Ver. Adeli Sell, de origem
alemã, o Ver. Carlos Comassetto, de origem italiana... Este Projeto visa a
atender a todas as origens. Não posso deixar de citar aqui o nosso querido Ver.
João Antonio Dib, pois, quando citei um alemão e um italiano, ele já se mexeu
na cadeira!
Mas esses imigrantes, todos sabemos,
passaram muito trabalho para se instalar e fazer com que este Estado e este
País crescessem e chegassem aonde chegaram. Sem querer dar destaque a essa ou
aquela raça, nós podemos ver o progresso no Vale do Rio dos Sinos, onde os
alemães se instalaram; na Serra, onde os italianos se instalaram; enfim, em São
Paulo, temos as colônias japonesas. Nós não poderíamos ficar aqui
particularizando, sob pena de darmos prioridade a esta ou aquela raça. Mas eu
espero ver hoje o Projeto aprovado e termos uma oportunidade de incrementar o
turismo em Porto Alegre e também darmos a oportunidade de uma troca de
informações, e, quem sabe, um destaque e uma lembrança à memória daqueles que vieram,
sofreram e padeceram - basta nós conversarmos com os nossos familiares mais
antigos que eles saberão contar o que esses povos passaram quando aqui
chegaram.
Eu, que sou de origem italiana, sei
quanta polenta eles comeram para sobreviver. E espero o apoio desta Casa, dos
nobres Vereadores, para que possamos ver este Projeto aprovado, e, assim,
retribuirmos a todos o carinho, a força que trouxeram para o nosso Estado e
para o Brasil. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está
com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, nesta primeira
Sessão de Pauta, falo de um Projeto de minha autoria que trata da revogação de
uma Lei aprovada há alguns bons anos, aqui. Na época, sem dúvida nenhuma,
aprovada com as melhores das intenções, mas, como houve mudanças na legislação,
algumas cooperativas acabaram transformando-se nas maiores falcatruas que a
gente pode imaginar. Já é comum, na nossa linguagem, chamarmos essas
cooperativas de “coopergatos” ou “coopertrampos”. E nós estamos vendo o
Município com parcos recursos, com dificuldades na arrecadação, e os temas mais
candentes da atualidade são sonegação, aumento de alíquotas.
Estamos com uma Lei em Porto Alegre que
beneficia as cooperativas. Por que razão? É uma concorrência completamente
desleal com outras cooperativas que não conseguem estar dentro dos parâmetros
da Lei.
Seria impossível, em cinco minutos, Ver. Bernardino,
explicar as razões, a imbricação de dar isenção para um tipo de cooperativa e
não dar para outra. O sistema é o mesmo: a solidariedade, o trabalho comum, a
divisão dos recursos, dos ganhos, a divisão no final do ano das sobras e os
investimentos.
Aqui, nesta Casa, nós temos um contrato
com uma cooperativa. A Câmara paga rigorosamente, a cada mês, o contrato.
Perguntem aos cooperados que trabalham nos corredores desta Casa quando eles
recebem. No último mês, foi verificado, inclusive, as negativas, eles não
tinham como apresentá-las dentro do prazo, e os cooperados receberam quase um
mês depois.
Isso não é só aqui, recentemente, no ano
passado, eu me lembro muito bem, a triste situação pela qual passou o HPS,
inclusive o SAMU. Por exemplo, as atendentes do SAMU tinham uma operação feita
por uma cooperativa, um trabalho altamente qualificado, de difícil atendimento,
com pessoas que entram e saem. Há pessoas que trabalham nessas cooperativas que
nem sabem que são cooperativadas, não tem a mínima noção do que é uma
cooperativa. Essas cooperativas são, na verdade, “laranjas”, nunca são
registradas em Porto Alegre. O exemplo que eu dei, da cooperativa que trabalha
aqui dentro da Câmara, no nosso nariz, o endereço em que as pessoas vão para
receber é aqui em Porto Alegre, no endereço, diga-se de passagem, em que havia
uma empresa que faliu, uma cooperativa que faliu, e no contrato - eu li, olhei
bem -, o endereço oficial é de Canoas. Por quê? Para fugir do ISS.
Eu descobri, meus caros colegas
Vereadores, cooperativas com endereço em Porto Alegre, funcionando aqui,
trabalhando aqui, prestando serviço aqui, mas cujo endereço de registro era em
Butiá. Não era uma, nem duas, eram várias. Havia endereços em Tapes, Glorinha,
tudo fora de Porto Alegre, para não falar das várias em Eldorado do Sul. Não,
nós precisamos discutir isso. Eu sei que haverá, como houve noutra vez, uma
audiência pública no Plenarinho, onde eu fui xingado, vilipendiado, porque eu
era contra as cooperativas, contra pobres, contra trabalhadores, etc. e tal.
Convenhamos, falcatrua, não! Nesta Casa, não! Nós temos uma concorrência
desleal com as empresas que pagam impostos. Nós fizemos, inclusive,
recentemente, uma discussão com o novo Secretário da Fazenda, Verª Clênia
Maranhão, que nos atendeu e quer discutir, quer dialogar sobre a questão das
dívidas do ISS, sobre a história de empresas que estavam fora e voltaram, e
foram embora de novo, porque não se resolveu o problema.
Nós temos que pegar isso em conjunto; não
se pode deixar isso na mão apenas do Executivo ou do Legislativo. Tem de haver
uma discussão, tem que haver uma posição de cidade, de Município, para resolver
essa questão.
Eu propus, vou defender, e gostaria que
os senhores e as senhoras olhassem de perto este Projeto de Lei, porque nós
queremos os mesmos procedimentos, concorrência ética a quem presta serviço,
seja cooperativa ou empresa, pois beneficiar “empresa laranja”, falcatrua,
jamais! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
Primeiro, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que institui
o Plano de Incentivo à Transferência de Potencial Construtivo dos imóveis
atingidos pelo traçado viário projetado. É um Projeto importante porque
disciplina esse assunto, que vem acontecendo de forma não-ordenada. O segundo,
também do Ver. João Antonio Dib, no meu entendimento foca realmente uma grande
necessidade atual, que é a de simplificar os procedimentos para a regularização
de edificações. Nós temos várias leis, a legislação é grande, foi sintetizada
nos Planos Diretores I e II, e temos imensas situações de dificuldades,
especialmente para se obter o habite-se dessas edificações. Ainda hoje, em meu
gabinete, tive um caso desses, que é uma burocracia muito extensa, e eu tenho
certeza de que o novo Secretário do Planejamento e o novo Secretário da SMOV,
vão receber com muito carinho essa nova legislação, porque o Ver. João Antonio
Dib é um dos que mais conhece essa legislação, e tenho certeza de que ela
merece um estudo acurado dessa situação, porque nós perdemos muito, neste País,
com o excesso de burocracia.
Nós estamos numa era que exige velocidade, rapidez, e grande
parte da nossa burocracia oficial ainda é muito lenta, e, em alguns casos, por
demais lenta. Então, cumprimento o Ver. João Antonio Dib por esses seus dois
Projetos.
Um outro Projeto que retorna à Pauta é um Projeto de minha
autoria, que cria os shoppings populares. Esse Projeto já ingressou na Câmara,
em 2001, foi-se estudando, estudando, mas não teve, parece-me, vontade política
para ser votado, porque é um Projeto que merece um aprofundamento grande, já
que trata dos ambulantes, do comércio irregular, que é uma questão muito séria.
Então, no meu entendimento, criando-se os shoppings populares, regrando essa
situação, acho que irá minorar o problema, assim espero, até para que se
resolva a situação dos ambulantes irregulares.
O outro Projeto, também de minha autoria,
e tenho certeza, de grande interesse do Ver. Haroldo de Souza, que é a criação,
no âmbito do Município de Porto Alegre, de centros de convivência para idosos.
Realmente, é um Projeto que está aí desde 2003, e agora retorna à Pauta;
esperamos colocar em votação: a criação de centros de convivência para idosos.
E o último Projeto a que eu gostaria de
me referir rapidamente é de autoria do Ver. Reginaldo Pujol e desarquivado pela
Verª Maristela Meneghetti, que cria o Programa de Recuperação de Créditos da
Fazenda Pública no Município de Porto Alegre, o Refaz, ou seja, é o Refis
federal levado para o âmbito do Município, criando-se o Refaz. É uma
oportunidade para as pessoas regularizarem os seus débitos e para a Secretaria
da Fazenda do Município obter receitas de impostos. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes
está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Sr. Presidente da nossa
Câmara, querido Ver. Elói Guimarães, Vereadores e Vereadoras, todas as pessoas
que nos assistem pelo Canal 16, neste momento de discussão preliminar de Pauta,
eu gostaria de fazer referência a três Projetos que se colocam em primeira
Sessão. O primeiro, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Dr. Goulart, que
concede o Prêmio Quilombo dos Palmares a várias personalidades artísticas,
culturais, políticas, também do setor universitário, setor acadêmico, ligadas a
essa luta do resgate e do orgulho da cultura negra do nosso País. Eles oferecem
o Prêmio a Sirmar Antunes, esse grande artista de muitos filmes nacionais, de
filmes gaúchos, como poderia lembrar do último: “Neto Perde Sua Alma”, ou de
“Barbosa”, um filme antigo de Jorge Furtado. Também oferece esse Prêmio a uma
líder comunitária e religiosa, Maria Faustina dos Santos, a "Mãe
Maria", da Vila Tronco, da Vila Cruzeiro, que sempre prestou serviços a
essas comunidades, nesse respeito aos cultos afros; e a Abdias do Nascimento,
esse antropólogo, grande estudioso também das religiões afro-brasileiras, mas
também um estudioso da sociologia no nosso País.
Eu quero dizer que concordo e quero
parabenizá-los por essa iniciativa.
O segundo Projeto é da autoria do Ver.
Raul Carrion, sozinho, que aí concede o Prêmio de Artes Plásticas Iberê Camargo
- que é a nossa mais alta personagem, mais alto artista plástico, eu diria que
Iberê Camargo é o maior pintor do Brasil -, ao Instituto de Artes do Rio Grande
do Sul, uma instituição, por tudo que trabalhou, trabalha e trabalhará pelas
artes plásticas na nossa Cidade.
O terceiro Projeto é de minha autoria, e
como creio que não terei tempo, hoje, de justificá-lo como gostaria, eu vou
apenas iniciar; é o Projeto que denomina “Marcos Klassman” o conjunto cultural
localizado na Rua dos Andradas, números 1051 e 1073, no Centro, ou seja,
trata-se do antigo Cine-teatro Guarani, agora, por meio de um convênio, um
prédio da Caixa Econômica Federal e da cidade de Porto Alegre. No caso do
centro cultural que será instalado, estou propondo o nome do nosso ex-Vereador
Marcos Klassman que, independente dos cargos, das funções a que concorreu, a
que se submeteu eleitoralmente, ele teve uma breve vida marcada por uma
militância, por sua utopia, pela defesa dos trabalhadores, pela solidariedade,
pela organização, e, sobretudo, pela luta de uma sociedade mais justa, mais
fraterna e igualitária.
Eu, na justificativa, na Exposição de
Motivos, fiz uma referência aos principais eventos da sua vida. Poderia iniciar
dizendo que, em 1974, já muito jovem, o Marcos Klassman filiou-se ao velho MDB
de guerra e participou ativamente da campanha que resultou na eleição de Paulo
Brossard para o Senado da República. Ele entrou no setor jovem do MDB e recordo
que ele denunciou a prisão e a tortura de 16 jovens do Partido Comunista, na
cidade de Florianópolis.
E, antes de concluir - em outro momento
eu quero fazer essa defesa com maior propriedade -, quero dizer que tenho muito
orgulho, logo que vim morar em Porto Alegre, de ter dado o meu primeiro voto
para um Vereador jovem, de 23 anos, que era o Marcos Klassman, e que tinha,
numa época tão difícil da ditadura militar, como slogan: “Vote contra o Governo”. Marcos Klassman, por tudo que foi
ao longo da sua vida, por tudo que sofreu quando foi cassado, perseguido, preso
e torturado pela ditadura militar, nunca esmoreceu, exerceu um mandato apenas,
por 13 dias, foi cassado e afastado da vida política. E o último trabalho, a
última militância - depois ele foi para o PDT, ajudou a fundar o PDT -, foi na
assessoria do nosso querido Deputado Federal Henrique Fontana, em Brasília. Eu
acho que por tudo que ele foi, política e culturalmente para a cidade de Porto
Alegre, esse Centro Cultural da Caixa Econômica Federal merece o nome de Marcos
Klassman. Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Quero cumprimentar a
Verª Margarete Moraes pela lembrança que faz a um ex-Vereador desta Casa, Ver.
Marcos Klassman, em homenageá-lo de forma tão merecida.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir a Pauta.
O
SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Ver. Elói Guimarães,
demais Vereadores e Vereadoras, nós também queríamos iniciar parabenizando a
Verª Margarete Moraes pela indicação da denominação de Marcos Klassman à futura
Casa de Cultura na Rua dos Andradas, pessoa que honrou esta Casa, honrou a
política do Rio Grande do Sul. Temos aquele episódio marcante, emblemático, em
1979, com a anistia, quando caiu por terra a punição ao Klassman, e esta Casa
resolveu empossá-lo contra todas as pressões e ameaças do então Regime Militar.
Foi uma atitude honrada do então Presidente Cleom Guatimozim, já referimos isso
em outros momentos, e a exposição da Vereadora relata e resgata isso; é uma
lembrança adequada.
Queríamos, também, nos referir ao Projeto
da Verª Manuela, Líder do PCdoB, que trata da questão das passagens escolares,
em que a Vereadora faz duas Emendas importantes, Ver. Márcio Bins Ely, de quem
conhece o problema dos estudantes. A primeira delas permite que as passagens
escolares e unificadas possam ser utilizadas pelos estudantes, inclusive nos
domingos e feriados, sem ampliar o número de passagens escolares, mas
permitindo que o estudante também tenha o seu lazer, também tenha a sua
cultura, possa ir a um cinema, ir a um teatro, porque isso faz parte da
formação. Então, não há modificação no número de passagens escolares, mas elas
também teriam validade aos domingos, aos feriados.
E a outra mudança seria - digamos que ele
tenha direito a 75 passagens escolares - que ao invés de o estudante ter de
adquirir as 75 passagens de uma só vez, lhe seja permitida a aquisição em
pacotes de 25, porque nós sabemos das dificuldades econômicas – pois já fomos
estudantes – que o estudante vive. É a comida no RU, a passagem, quando não
chegou o dinheiro. Então, ele pode, sem alterar a quantidade, também em
frações, não quaisquer, Ver. Brasinha, adquirir pacotes de 25 depois, quando
vem um pouco mais de dinheirinho, ou quando faz um “bico” aqui ou ali.
Então, são projetos que, às vezes,
parecem pequenos, mas para quem vive a situação são projetos importantes.
Queria também referir-me a outros
projetos. Temos cinco Projetos hoje, de nossa autoria; já tratamos de um na
Sessão anterior, que é a determinação de que nos prédios, que venham a ser
construídos, com mais de dois mil metros quadrados, haja uma obra de arte
original com vista ao público para trazer a arte para ao povo, pois o objetivo
da arte não é estar nas galerias, não é estar na casa de colecionadores ou das
pessoas que têm muitos recursos, mas estar à vista da população.
Nós, também - a Ver. Margarete fez
referência -, entramos com o Projeto dando o Prêmio de Artes Plásticas Iberê
Camargo ao Instituto de Artes do Rio Grande do Sul. É importante dizer que ele
está comemorando, neste ano, no dia 22 de abril, 97 anos de existência, é,
portanto, uma instituição quase centenária, em que se formaram grandes
expoentes das artes plásticas e da música do nosso Estado.
E o Projeto Quilombo dos Palmares, junto
com o Ver. Dr. Goulart, que, neste ano, é dedicado, na modalidade
político-social, ao ex-Senador do PDT, Abdias do Nascimento, grande
personalidade, já com mais de 90 anos, sociólogo, antropólogo, em suma, um grande
cidadão brasileiro; e ao grande artista gaúcho Sirmar Antunes, por todos nós
conhecidos, uma legenda já, está agora nas novelas, inclusive na Globo. Ele fez
“Neto Perde Sua Alma”, e tantas outras obras; e a “Mãe Maria" da Vila
Cruzeiro.
E por fim, sobre um Projeto de que não
falaremos hoje, por falta de tempo, mas até tivemos o cuidado de a cada um dos
Vereadores entregar o nosso fascículo sobre a Revolução Farroupilha; esse
Projeto que cria nesta Casa uma Sessão Solene para a Revolução Farroupilha. Nós
temos dois hinos que tocamos nas solenidades nesta Casa, e no Estado, o Hino
Brasileiro, na abertura, e o Hino Farroupilha, no encerramento. Mas não temos,
Vereador Oliboni, uma Sessão Solene para fazer o debate e a discussão desse grande
evento da história gaúcha, pouco compreendido, muitas vezes endeusado de uma
forma incorreta, outras vezes criticado de uma forma incorreta e que nós temos
que ter a capacidade de avaliá-lo, Ver. Elói, que cultiva as tradições
progressistas do nosso povo, que tem de ser reverenciado.
Então, esperamos o apoio desta Casa, dos
Vereadores, para esses Projetos que trataremos com mais detalhe em outras
Sessões. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vencida a Pauta, a
Presidência gostaria de informar, com respaldo da Mesa, que entregou às
Senhoras Vereadoras o folheto da Semana Comemorativa ao Dia da Mulher, e estas
estão em reunião.
Visivelmente não há quórum para
ingressarmos na Ordem do Dia.
Encerro a presente Sessão, agradecendo
aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras, convocando-os para as
Comissões na data de amanhã, bem como para a Sessão Ordinária de quarta-feira.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h34min.)
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